- sábado, 07 de abril
Dizer que a prática de esportes é muito importante para as pessoas de todas as idades é chover no molhado. Já está mais do que comprovado os benefícios que praticar esporte com regularidade traz para a saúde física e mental dos praticantes, mas pouco se fala desses inúmeros benefícios para as pessoas com deficiência. "Praticar esportes com regularidade traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental, além de melhorar a qualidade de vida. Para as pessoas com deficiência, os ganhos são ainda maiores. Aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. No aspecto social, proporciona a oportunidade de sociabilização entre quem tem e não tem deficiência, além de aumentar a independência no dia a dia", declara Karina Hatano, médica do exercício e do esporte, de São Paulo.
Segundo Karina no aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança e a autoestima, tornando os praticantes mais otimistas e seguros para alcançarem seus objetivos. Além de prevenir as enfermidades secundárias à deficiência e ainda promover a integração social, levando o indivíduo a descobrir que é possível, apesar das limitações físicas, ter uma rotina normal e saudável. "Os exercícios físicos tanto por competitividade quanto por diversão proporcionam inúmeros benefícios para o corpo e mente. Porém, é imprescindível respeitar as limitações, adequando modalidades e objetivos pessoais", comenta a especialista que continua "É fundamental o acompanhamento na hora de executar um movimento. É imprescindível seguir todas as normas de segurança para evitar acidentes e estimular sempre o desenvolvimento da potencialidade individual", frisa.
O educador físico Walter Helena garante que o ser humano veio ao mundo para o movimento. "Hoje sabe-se que as atividades motoras antecedem as cognitivas, ou seja, a atividade física traz benefícios não só para o corpo mas para a mente e também no aspecto do equilíbrio emocional. Nas pessoas com deficiências estes benefícios são acrescidos de um outro fato: a atividade física proporciona a oportunidade de sociabilização entre quem tem e não tem deficiência, além de aumentar a independência no dia a dia", reforça.
Engana-se quem pensa que só uma ou outra atividade física pode ser praticada por pessoas com qualquer tipo de deficiência. "Todas as modalidades esportivas são indicadas e benéficas aos seus praticantes, desde que sejam adaptadas às dificuldades e particularidades de cada indivíduo e ministradas por um profissional capacitado. Quem observa os alunos da Apae superficialmente, não acredita a hora que vê o desempenho deles na capoeira, ou seja, se bem pensado e adaptado, o esporte cabe em todo lugar", declara Amaury José Semedo Neto, professor da Apae, educador físico e historiador.
A evolução e paixão de José Mário Bianchi, 31 anos, pela capoeira lhe rendeu frutos. Ele é aluno da Apae de Rio Preto e tem deficiência mental leve. Por ter ganhado autonomia com a capoeira, ele é protagonista de um documentário sobre a capoeira como inclusão social, que ainda não tem data para ser lançado. " Eu comecei a jogar capoeira há quase 20 anos, quando ainda era uma criança, conta ele que continua: "A capoeira pra mim é tudo, é a minha vida. Sinto que eu estou mais forte, tenho mais amigos fora da escola e faço tudo sozinho, ando de ônibus e vou aos lugares que quero sem depender de ninguém, até participo de um coletivo de capoeiristas e cultura brasileira com atletas de toda a região", declara orgulhoso.
Arthur Costa Semenzini, 7 anos, foi diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo aos 2 anos e meio de vida. O que no início foi um susto para família, hoje serve de aprendizado. "Assim como qualquer pais quando recebemos o diagnóstico ficamos preocupados, sofremos, mas hoje lidamos muito bem. O Arthur faz acompanhamento desde cedo e isso o ajuda muito em todos os aspectos de desenvolvimento", frisa a mãe Solange Zezi.
Depois que o susto inicial passou, Solange decidiu arregaçar as mangas e buscar informações para melhor ajudar o filho. "Fui para internet e não fiquei satisfeita como que eu li. Então, fui conversar com vários profissionais e aos poucos fui entendendo o que eu poderia fazer e oferecer para o meu filho", diz.
Ao longo desses anos, Solange buscou recursos que pudessem favorecer o desenvolvimento de Arthur. "O Arthur frequenta escola, faz aula de judô a mais de um ano, e há 3 meses começou com a natação. Meu filho gosta de água, ele relaxa e aprende. Vem feliz para a natação e sai daqui realizado. E eu como mãe percebo a evolução e cada nova conquista dele", declara feliz.
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