A NOVA CASA DO MIS
Museu da Imagem e do Som de Rio Preto ganha nova sede, à altura das relíquias e da história que abriga e faz questão de preservar; visite e descubra os tesouros reunidos no espaço

“Há mais de uma década São José do rio Preto e região ganhou um Museu da Imagem e do Som, por obra e esforço do jornalista e documentarista Fernando Marques Alves, tarado por artes, especialmente por cinema. O MIS funcionou por muitos anos numa espécie de calabouço de três ambientes no centro da cidade, na rua Delegado Pinto de Toledo, e só se podia visitá-lo publicamente mediante agendamento. No andar de cima funciona o seu escritório de contabilidade. São centenas de raríssimas peças ligadas ao cinema e à música. E tudo funcionando perfeitamente”, diz o jornalista Edmilson Zanetti, em artigo para o Jornal Caipira.
E ele disse a verdade. Tudo muito acanhado em um porão que era a garagem da casa do escritório. Agora, o MIS ganhou uma instalação nova, em área arejada e ampla que propiciará exibições e projeções ao ar livre, um cinema de bolso e visitações diárias. O novo MIS abre suas cortinas a partir deste mês na rua Albuquerque Pessoa, 189, na Vila São Joaquim, próximo ao bairro boêmio da Vila Aurora e Bom Jesus.
Tem peças que estavam no porão que eu não via há mais de duas décadas e outras que eu nem sabia que tinha. O MIS tem mais de 1.500 peças, entre rádios de madeira, baquelite, rádios vitrolas, gramofones, grafonolas, projetores de filmes 35 e 16mm, 8, Super 8 e 9,5mm, além de uma centena de câmeras filmadoras e duas centenas de câmeras fotográficas, desde as primeiras, ainda do século 19.
No acervo ainda tem microfones históricos, gravadores de rolo e fita cassete, entre tantas peças. Mas o maior tesouro do MIS é o acervo de películas, já que o órgão recebeu três doações, sendo a da família Curti, proprietária de mais de 40 cinemas em toda região, do documentarista Aparecido Santana, que filmou desde 1968 em mais de cinquenta cidades da região e o acervo da Jotacê Filmes, de Jaime Colagiovanni.
Ainda no acervo do MIS, temos uma coleção de películas em 16mm. de filmes brasileiros históricos, como dos diretores Glauber Rocha, Joaquim Pereira de Andrade, Alberto Cavalcanti e Amazio Mazzaropi, entre outros.
Agora tudo isso poderá ser visto por toda cidade e em uma ampla sala de exibições, ao ar livre, debaixo de uma grande mangueira. E tudo isso só foi possível graças à colaboração fundamental da minha companheira, a professora de francês da Unesp Maria Emília Nicoletti Pereira, que resolveu transformar a velha Vila centenária de seu pai, Alaur Pereira, o criador do DAE (Departamento de Água e Esgoto de Rio Preto) no novo Museu da Imagem e do Som Fernando Marques. Seu Alaur deve estar vibrando lá em cima.