Diário da Região
Morte suspeita

Acusado de furtos milionários a joalherias morre após ficar doente no CDP de Rio Preto

Segundo as investigações, o morador de Rio Preto era responsável por indicar empresas com segurança vulnerável

por Joseane Teixeira
Publicado em 05/01/2025 às 12:52Atualizado em 06/01/2025 às 10:20
Câmeras flagraram o momento em que criminosos arrombavam o cofre de uma fábrica na Vila Anchieta (Reprodução/Câmeras de segurança)
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Câmeras flagraram o momento em que criminosos arrombavam o cofre de uma fábrica na Vila Anchieta (Reprodução/Câmeras de segurança)
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A Polícia Civil vai instaurar inquérito para investigar as causas da morte de Arthur Ortega Arsa, 40, que morreu no Hospital de Base de Rio Preto com suspeita de infecção bacteriana por picada de animal peçonhento. Ele estava preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto, acusado de envolvimento em dois furtos milionários a joalherias da cidade.

Um dos casos é o furto à Cristovam Joalheria, ocorrido em maio de 2022, e que resultou em um prejuízo de R$ 1,5 milhão ao proprietário.

O crime desafiou a Polícia Civil pelo grau de planejamento da organização criminosa, que só foi identificada com auxílio de tecnologia.

O grupo permaneceu quase seis horas dentro da loja, sem chamar a atenção de moradores ou vigilantes. Na ocasião, diversas joias e pedras preciosas foram levadas.

Enquanto era investigado, Arthur teria participado de mais um furto milionário, desta vez em uma fábrica de joias no bairro Anchieta. Neste crime, a quadrilha também agiu sem pressa. Eles estouraram o muro de um estabelecimento vizinho e somente horas depois entraram no local, onde furtaram quatro quilos de peças de ouro, avaliados em R$ 1,1 milhão.

Segundo as investigações, a função do morador de Rio Preto era indicar à organização criminosa joalherias e fábricas cujo sistema de segurança era vulnerável.

O julgamento do primeiro crime estava marcado para fevereiro deste ano. Em abril, o grupo seria interrogado no processo do segundo furto.

Ao Diário, a companheira de Arthur, Eriane Senna, disse que no dia 26 de dezembro ele foi picado no joelho, mas não viu se foi por um inseto ou aracnídeo.

"Visitei ele no sábado (28) e o joelho estava vermelho e quente, indicando infecção. Pedi ajuda ao diretor do CDP, ele informou que não tinha médico na unidade, mas ia ver o que poderia fazer na segunda-feira (30). No sábado à noite (dia 4 de janeiro), eu estava preparando comida pra levar para ele quando o IML me ligou", disse.

Para Eriane, Arthur foi vítima de negligência.

A reportagem apurou que o preso foi encaminhado para o Hospital de Base na quinta-feira, 2, e morreu no dia seguinte, 3.

O Diário solicitou posicionamento da Secretaria de Administração Penitenciária sobre a demora no atendimento ao detento e aguarda resposta.

Arthur foi sepultado em Cedral neste domingo, 5.