Ministério Público denuncia sete por furto a joalheria em Rio Preto
Entre os acusados está um morador de Rio Preto; promotor pede ainda que os criminosos indenizem a vítima em R$ 1,5 milhão

O Ministério Público denunciou sete pessoas por envolvimento no furto da Cristovam Joalheria, ocorrido em maio de 2022, no bairro Redentora, em Rio Preto. O crime resultou em um prejuízo estimado em R$ 1,5 milhão ao proprietário.
O promotor Sérgio Acayaba de Toledo ainda pediu a prisão preventiva de cinco dos acusados – um deles de Rio Preto — e que, ao término do processo, os envolvidos indenizem a vítima por danos morais e materiais.
A investigação, coordenada pelo delegado Wander Solgon, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), mostra que o planejamento do grupo desafiou a Polícia Civil, que precisou realizar um verdadeiro “pente-fino” em câmeras de monitoramento e recorrer à tecnologia para identificar os integrantes.
Embora tenham permanecido dentro da joalheria por quase seis horas (das 23h55 às 05h23), a presença deles não foi notada por moradores ou vigilantes e, ao fugir, o grupo levou o equipamento DVR que armazenava as imagens das câmeras internas de monitoramento. Outro cuidado da quadrilha foi não deixar impressões digitais na cena do crime.
Restou aos policiais civis o mapeamento das câmeras ao redor da joalheria que dessem um ponto de partida para a investigação.
Por meio de alguns equipamentos no bairro e com o auxílio de câmeras inteligentes na rodovia Washington Luís, foi possível identificar dois dos três veículos utilizados na ação: um Fiat Toro e Ônix – ambos alugados.
A Toro foi alugada em Ribeirão Preto por uma mulher identificada como Rosângela Alves Chagas. Chamou atenção dos policiais que ela registrou boletim de ocorrência comunicando o furto do veículo três dias após, supostamente, o carro ter sido levado.
“Tal fato gerou forte suspeita sobre seu envolvimento com os criminosos, pois é incompatível que a pessoa que tenha um veículo
locado demore três dias para noticiar sua subtração”, escreveu o delegado Solgon.
Já o Ônix foi alugado em Atibaia por Gelson Sadan Moreira da Luz.
Desdobramentos
Em depoimento, Rosângela afirmou que locou o veículo para um casal de amigos, Mayara Aparecida Gonçalves Gimenez e Fábio Luiz Lazari de Oliveira.
Para a Polícia Civil, ficou comprovado que Rosângela, Gelson, Mayara e Fábio prestaram auxílio na execução do crime – já que os carros alugados por eles foram utilizados pelo grupo no furto.
Por meio de quebra de sigilo telemático, a equipe de investigação descobriu que quatro aparelhos celulares foram detectados na joalheria no intervalo de tempo em que ocorreu o crime.
A partir dessa informação foi possível identificar três homens que, segundo a investigação, cometeram o furto, uma vez que estavam na hora e local exato do crime: Elio Bueno Júnior, de 27 anos, e Edivan Evangelista de Araújo, 59 – ambos de São Paulo, e Arthur Ortega Arsa, 39, morador de Rio Preto.
O crime
Para entrarem no prédio, os criminosos pularam o muro do fundo, que não tinha proteção, e arrombaram a porta de uma sacada. Eles desligaram a energia elétrica e desinstalaram o sistema de monitoramento. A investigação aponta que foram levadas 126 peças de joias (entre colares, brincos, anéis, pulseiras e pingentes).
Apesar do indiciamento dos sete envolvidos, a investigação prossegue porque imagens de câmeras externas mostram que pelo menos cinco pessoas estiveram no endereço da joalheria. Destas, apenas três foram identificadas Edivan, Élio e Arthur – enquanto Gelson, Rosângela, Mayara e Fábio são acusados de darem suporte logístico.
O promotor Sérgio Acayaba de Toledo denunciou o grupo por furto qualificado com as agravantes de rompimento de obstáculo, mediante escalada e com concurso de duas ou mais pessoas.
No caso de Arthur, morador de Rio Preto, ele foi denunciado ainda por posse de munição de uso permitido, em desacordo com determinação legal. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dele, policiais encontraram 11 munições de calibre 22 e R$ 4 mil.
Além da denúncia, Acayaba pediu a prisão preventiva dos cinco homens em virtude dos antecedentes relacionados a crimes patrimoniais. Ao final do processo, o promotor sugere que o grupo seja condenado a pagar R$ 1.557.385,68 como reparação de danos materiais e de R$ 5 mil de danos morais.