Rio-pretenses desaparecidos cobravam dívida de R$ 255 mil
Suspeitos, pai e filho chegaram a ser ouvidos e, após a inconsistência dos depoimentos, fugiram e tiveram prisão temporária decretada
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, 11, o delegado Gabriel Menezes, que tem coordenado o trabalho de buscas por quatro homens desaparecidos em Icaraíma, afirmou que as vítimas cobravam uma dívida de R$ 255 mil.
"A princípio se falava em uma dívida de R$ 1 milhão. Apuramos que há sim uma dívida originária da compra e venda de uma propriedade rural em Icaraíma. Essa propriedade, que está escriturada em nome da família foragida desde 5 de agosto de 2024, é avaliada em R$ 255 mil. O pagamento seria feito em 10 parcelas de R$ 25 mil e, diante do inadimplemento, os cobradores de São Paulo foram contratados por Alencar " , afirmou.
Para a Polícia Civil, a principal linha de investigação é que Robishley Hirnani De Oliveira, 53 e Rafael Juliano Marascalchi, 43, de Rio Preto e Diego Henrique Afonso, 39, de Olímpia, além de Alencar Gonçalves de Souza, que é de Icaraíma, tenham sido mortos. Eles estão incomunicáveis desde a última terça-feira, 5.
"Tudo indica que se trata de homicídio. Eles estão desaparecidos há vários dias, sem qualquer pedido de resgate, e em contexto de cobrança de dívida , portanto, em situação de animosidade", explica.
Acompanhado de autoridades da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, ele afirmou que todas as pistas e denúncias sobre o paradeiro das vítimas estão sendo checadas.
O trabalho de buscas conta com cães farejadores, helicópteros, drones e embarcações.
A Polícia Civil solicitou ainda a quebra do sigilo telemático dos celulares dos quatro homens com o objetivo de identificar a última localização deles.
FORAGIDOS
Na semana passada, a Justiça do Paraná decretou a prisão temporária de dois homens, Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo (pai e filho), suspeitos de envolvimento no desaparecimento do grupo.
Eles chegaram a ser ouvidos formalmente e afirmaram que a dívida sobre a compra da propriedade era de outros familiares. Porém, fugiram da cidade após prestarem depoimento. Com isso, a Polícia Civil do Paraná pediu a prisão temporária dos dois.