DDM realiza reconstituição de feminicídio em Rio Preto
A Polícia Civil quer esclarecer divergências na dinâmica dos fatos que resultaram na morte de Alessandra Muniz

A Delegacia de Defesa da Mulher realiza na manhã desta quinta-feira, 26, a partir das 9h, a reconstituição do feminicídio de Alessandra Gonçalves Muniz Machado, 46, ocorrido em maio deste ano, em Rio Preto.
Acompanhados do homem apontado como autor do crime, Aguinaldo dos Santos Machado, 52 anos, policiais civis retornam à cena do crime, no bairro Lealdade, para reconstituir passo a passo a dinâmica do crime que resultou na morte da vítima, que era esposa de Aguinaldo, mas estava em processo de separação.
A reprodução simulada dos fatos tem como objetivo verificar a compatibilidade de versões apresentadas e compará-las com as evidências, com a finalidade de chegar a verdade real dos fatos, ou seja, se as atitudes tomadas pelo suspeito contribuíram para a morte da mulher.
O procedimento será conduzido pela delegada Mariana Machado.
Aguinaldo está preso preventivamente. A reportagem ainda não localizou a defesa dele.
Lembre o caso
No dia 9 de maio, Alessandra foi internada na Santa Casa de Rio Preto após ser espancada pelo ex-marido e arrastada pelo veículo dele.
Em depoimento no hospital, a vítima informou que estava separada de Aguinaldo desde que ele invadiu sua casa de Umbanda e quebrou todos os seus santos. No entanto, na noite daquela sexta-feira, os dois se reencontraram.
Durante o encontro, ele a teria ofendido com palavras como “diabo”, “demônio” e “satanás”, o que motivou uma discussão dentro do carro do suspeito, que evoluiu para agressões.
Um vizinho presenciou e pediu que Aguinaldo parasse, mas o homem ignorou os apelos. A vítima tentou sair do veículo, mas a mão dela ficou presa na porta e o homem acelerou, arrastando-a pela rua. Ao passar por uma lombada, sua mão se soltou e ela bateu com a cabeça no chão. Em seguida, o suspeito fugiu do local.
Com ferimentos graves nas mãos, braços, pernas e principalmente no rosto, a mulher foi levada à Santa Casa, onde exames constataram um quadro de pneumoencéfalo (presença de ar no crânio). Alessandra ficou internada por dois dias, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Aguinaldo teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e o mandado foi cumprido no dia 12 de maio.
O caso foi registrado como injúria, violência doméstica, dano, morte suspeita e feminicídio.