Diário da Região
AGROFRAUDE

Deic desmantela esquema de venda irregular de agrotóxicos em Rio Preto

Nove pessoas foram alvos de mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre os crimes de fraude fiscal e lavagem de dinheiro

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 24/10/2025 às 13:21Atualizado em 24/10/2025 às 13:21
Nove pessoas são investigadas pela Deic de Rio Preto (Marco Antonio dos Santos)
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Nove pessoas são investigadas pela Deic de Rio Preto (Marco Antonio dos Santos)
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A Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto deflagrou na manhã desta sexta-feira, 24, a operação “Agrofraude”, para desvendar um esquema milionário de comercialização irregular de defensivos agrícolas, sustentado por fraudes fiscais e lavagem de dinheiro.

Ao todo, nove pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão e conduzidas até a delegacia para prestar esclarecimentos. Por enquanto, todas responderão em liberdade.

As diligências ocorreram em diferentes bairros e condomínios de Rio Preto, entre eles Mais Parque, Alta Vista, Rios de Itália, Jardim Vila Flora, Jardim Jandira, Residencial Fraternidade, São Francisco, São Judas Tadeu e Residencial das Américas.

A operação é resultado de seis meses de investigação conduzida pela 3ª Equipe da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Deic de Rio Preto. O inquérito foi aberto neste ano para apurar o funcionamento de uma empresa suspeita de fabricação ilegal de defensivos agrícolas.

“A denúncia inicial era de fabricação de produtos sem supervisão técnica, inclusive dos órgãos de fiscalização, como o Ministério da Agricultura. Além disso, não havia pessoas capacitadas para manusear os produtos”, explicou o delegado Adriano Pitoscia, responsável pelo caso.

Em abril, equipes da Deic cumpriram mandados de busca em um escritório de vendas online e em dois barracões na zona leste da cidade. Nos locais, foram encontradas diversas irregularidades, inclusive crimes ambientais, o que levou à interdição dos imóveis e à suspensão dos CNPJs utilizados pelo grupo.

Com o avanço das investigações, os policiais descobriram que os supostos empresários operavam empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”, entre eles um azulejista e uma atendente de lanchonete, ambos aliciados pelos irmãos apontados como líderes do grupo. As firmas eram usadas para sonegar impostos e movimentar grandes valores em contas bancárias.

O grupo contava ainda com o apoio de um contador, responsável por abrir as empresas fraudulentas e manipular os balanços fiscais para encobrir os ganhos ilegais.

A Justiça determinou a indisponibilidade dos bens dos investigados e o bloqueio das contas bancárias envolvidas no esquema. No total, nove mandados judiciais foram cumpridos, resultando na apreensão de veículos e equipamentos eletrônicos.

Segundo a Deic de Rio Preto, as investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear a origem e o destino dos recursos obtidos com as fraudes.