Em dia de luta contra feminicídio, crime faz mais vítimas na região
Uma mulher de 39 anos foi encontrada morta na madrugada deste domingo, 7, dentro da casa onde morava no Parque Residencial Paraíso, em Catanduva. Outro caso ocorreu no Jardim Europa, em Andradina. Os acusados foram presos

Durante o fim de semana em que movimentos sociais fizeram manifestações em todo o País, incluindo o noroeste paulista, contra a escalada do feminicídio, um crime chocou Catanduva. Uma mulher de 39 anos foi encontrada morta na madrugada deste domingo, 7, dentro da casa onde morava no Parque Residencial Paraíso. Outro caso ocorreu em Andradina.
No crime de Catanduva, horas após a descoberta do corpo de Ana Paula Goulart, a Polícia Militar prendeu o principal suspeito, Rafael da Silva Gonçalves, de 36 anos, companheiro da vítima, em uma residência no Jardim Monte Líbano. Por volta de meia-noite, vizinhos acionaram a polícia após ouvirem gritos de discussão e pedidos de socorro vindos do imóvel.
Sem resposta ao chamado no portão e diante do risco à vida, os policiais entraram na casa e localizaram a vítima caída no corredor, com ferimentos na cabeça. O Samu constatou a morte no local.
Moradores relataram que o casal tinha histórico de brigas e já havia registro de violência doméstica. A vítima chegou a pedir medida protetiva meses antes, mas o relacionamento havia sido retomado recentemente. A perícia encontrou uma faca com manchas de sangue e objetos pessoais do suspeito na residência. Não havia sinais de arrombamento ou furto.
No fim da manhã, por volta das 10h30, equipes da Polícia Militar localizaram o suspeito em uma casa na rua Inglaterra. Ele foi preso após a expedição de mandado de prisão pela Vara Criminal da cidade.
O homem passou por exame de corpo de delito no Plantão Policial e afirmou não possuir advogado, além de optar por não comunicar familiares sobre a prisão. Depois dos procedimentos, foi encaminhado à delegacia responsável pelo caso e permanece à disposição da Justiça.
Em outro caso regional, uma mulher de 25 anos, Fernanda Andrade, foi encontrada morta com sinais de facadas dentro de casa, no Jardim Europa, em Andradina (SP), na madrugada de sábado. A polícia prendeu o namorado dela, Otávio Carvalho, de 27 anos, como o principal suspeito do crime. Uma das motivações do crime seria uma reação diante da ira de Fernanda, ao saber que ele estaria mantendo um relacionamento com outro homem.
Um domingo de protestos
A mobilização contra o feminicídio ocorreu várias partes do País no domingo. Em Rio Preto, manifestações percorreram o Calçadão, onde manifestantes, homens e mulheres, exibiram cartazes pedindo o fim da violência que tem se espalhado pelo Brasil.
Na Capital, o protesto encheu a Avenida Paulista, em um grande ato com a participação de milhares de mulheres e homens. Nas faixas e nos discursos em todos os locais, estava expresso o levante pediu o fim da violência contra as mulheres, com penas mais duras para crimes motivados por misoginia, e combate ao discurso de ódio.
“Vim hoje porque acho que é muito importante tornar visível a questão de quanto a misoginia fere o direito da mulher de existir, a nossa verdade de viver. Eu acho que tudo começa aí. Ela é tudo que fere a liberdade da mulher", disse a professora Jessica Torres, 39 anos.
Durante a manifestação, os participantes levavam centenas de cartazes que pediam leis severas contra o feminicídio.
Em paralelo aos protestos, duas mulheres foram mortas e uma foi agredida por atuais e ex-companheiros em 24h na Grande São Paulo. As vítimas são Milena de Silva Lima, de 27 anos, e Daniele Guedes Antunes, de 38. Márcia Rosana Alves Pinto, de 43, sofreu agressão.