Famerp cria fundo de apoio à pesquisa cardiológica com doação internacional

A homenagem de amigos alemães ao legado do engenheiro rio-pretense Marcos Pereira Centola, reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento de dispositivos cardíacos, se transformou no primeiro fundo para financiar estudos e avanços científicos em doenças cardíacas na Faculdade de Medicina de Rio Preto.

A cerimônia lançamento do Fundo Marcos Centola, com aporte de US$ 11 mil (equivalente a R$ 60 mil), foi realizada nesta quarta-feira, 17, no Centro de Convenções da Famerp, e contou com a presença da família do engenheiro, falecido em 2024.

Formado pela Universidade Mackenzie, Centola ingressou no setor médico no fim dos anos 1980. Na rio-pretense Braile, destacou-se no desenvolvimento de programas endovasculares que o levaram ao cenário global, integrando o centro de inovação em tecnologia Medical Valley. Na alemã Jotec (empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de implantes para o tratamento de doenças vasculares aórticas e periféricas)criou o sistema Squeeze to Release, utilizado no mundo todo para tratamento de aneurisma de aorta.

Coordenador de pesquisa da Famerp, Maurício Lacerda Nogueira afirmou que o Fundo Marcos Centola será utilizado para financiar pesquisas na área de cardiologia e participação de estudantes de graduação e pós-graduação da faculdade em congressos internacionais e intercâmbios em universidades.

A ideia de arrecadar fundos para uma causa pela qual Centola lutava (o incentivo à pesquisa) foi encabeçada por Thomas Bogenschüetz, presidente da Medical Valley Hechingen - um centro de inovação em tecnologia médica que conta com mais de 70 empresas.

“Embora a Medical Valley seja sediada na Alemanha, os amigos escolheram uma faculdade pública brasileira para realizar a homenagem por causa da origem e do legado do Marcos Centola. A criação do Fundo Marcos Centola destaca o reconhecimento internacional à trajetória profissional do nosso amigo, que foi referência global em dispositivos médicos cardiovasculares”, explica.

Durante a cerimônia, o também engenheiro Flávio da Costa Lima Centola, filho de Marcos Centola, afirmou que o fundo representa a continuidade do compromisso que o pai tinha com o conhecimento, a coragem de inovar e a convicção de que a ciência só faz sentido quando ela está a serviço das pessoas.

“Que cada estudante que venha a ser apoiado por essa iniciativa saiba que por trás do fundo, desse suporte e por trás do nome que vem junto, do Marcos, na verdade existiu um ser humano que acreditava profundamente no potencial das pessoas, na educação e na capacidade de transformar”, disse.

Empresas e apoiadores poderão destinar recursos ao fundo, que será administrado por um comitê gestor.