Diário da Região
CÁRCERE E TORTURA

Homem é preso após marcar iniciais na pele da ex-mulher e mantê-la em cárcere privado em Cosmorama

Segundo a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), o homem teria usado um ferro quente para marcar suas iniciais nas costas da vítima

por Diego Bressant*
Publicado em 26/06/2025 às 15:25Atualizado em 26/06/2025 às 18:25
Homem teria usado um ferro quente para marcar as costas da vítima com as iniciais de seu sobrenome (Divulgação)
Homem teria usado um ferro quente para marcar as costas da vítima com as iniciais de seu sobrenome (Divulgação)
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Um homem de 31 anos foi preso após manter a companheira, de 26 anos, em cárcere privado, torturá-la, ameaçá-la e marcar as iniciais de seu sobrenome nas costas da vítima com ferro quente. A prisão ocorreu por volta das 16h de segunda-feira, 23, na casa onde o casal vivia, na zona rural de Cosmorama.

O caso veio à tona após uma testemunha informar anonimamente a família da mulher sobre a situação. Os parentes acionaram a Polícia Militar, que foi até a residência.

No local, o suspeito negou as acusações. A vítima foi retirada da casa e, em conversa reservada com a mãe, mostrou as lesões e relatou as agressões. Ela contou que o homem havia usado um ferro quente para marcar nas costas as letras "CR", iniciais de um dos sobrenomes dele.

O agressor foi preso em flagrante por tortura, cárcere privado e ameaça. Na audiência de custódia, a prisão foi convertida em preventiva, e ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Paulo de Faria.

A mulher precisou ser internada para tratamento médico devido às sequelas das agressões.

Motivação

Segundo a delegada Edna Freitas, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Votuporanga, o caso teve início há quatro anos, quando a vítima, grávida de outro homem, mantinha um relacionamento com o suspeito. Na época, ele quis registrar a criança como se fosse sua, apesar de não ser o pai biológico. Posteriormente, o casal se separou, e o verdadeiro pai decidiu registrar a filha.

Na certidão de nascimento da criança, passaram a constar os sobrenomes tanto do pai biológico quanto do pai afetivo, o que deixou o nome extenso. Diante disso, foi decidido retirar o nome do pai afetivo, o que teria causado revolta no suspeito. Atualmente, a guarda da criança está com a avó materna.

Há cerca de dois meses, vítima e agressor reataram o relacionamento. No entanto, segundo a polícia, ele estava devendo pensão alimentícia desde fevereiro e vinha sendo cobrado pela avó da menina. “Ele passou, então, a agredir a mulher diariamente para que ela pedisse dinheiro para a mãe, a fim de quitar essa pensão alimentícia. Ela pedia dinheiro, mas não relatava para que era”, diz a delegada.

De acordo com a investigação, ele espancava a mulher, a queimava com cigarros, deixava-a amarrada quando saía e fazia constantes ameaças de morte, inclusive contra a filha dela e a avó da criança.

*Estagiário sob supervisão de Gabriel Vital