Homem é preso após marcar iniciais na pele da ex-mulher e mantê-la em cárcere privado em Cosmorama
Segundo a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), o homem teria usado um ferro quente para marcar suas iniciais nas costas da vítima

Um homem de 31 anos foi preso após manter a companheira, de 26 anos, em cárcere privado, torturá-la, ameaçá-la e marcar as iniciais de seu sobrenome nas costas da vítima com ferro quente. A prisão ocorreu por volta das 16h de segunda-feira, 23, na casa onde o casal vivia, na zona rural de Cosmorama.
O caso veio à tona após uma testemunha informar anonimamente a família da mulher sobre a situação. Os parentes acionaram a Polícia Militar, que foi até a residência.
No local, o suspeito negou as acusações. A vítima foi retirada da casa e, em conversa reservada com a mãe, mostrou as lesões e relatou as agressões. Ela contou que o homem havia usado um ferro quente para marcar nas costas as letras "CR", iniciais de um dos sobrenomes dele.
O agressor foi preso em flagrante por tortura, cárcere privado e ameaça. Na audiência de custódia, a prisão foi convertida em preventiva, e ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Paulo de Faria.
A mulher precisou ser internada para tratamento médico devido às sequelas das agressões.
Motivação
Segundo a delegada Edna Freitas, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Votuporanga, o caso teve início há quatro anos, quando a vítima, grávida de outro homem, mantinha um relacionamento com o suspeito. Na época, ele quis registrar a criança como se fosse sua, apesar de não ser o pai biológico. Posteriormente, o casal se separou, e o verdadeiro pai decidiu registrar a filha.
Na certidão de nascimento da criança, passaram a constar os sobrenomes tanto do pai biológico quanto do pai afetivo, o que deixou o nome extenso. Diante disso, foi decidido retirar o nome do pai afetivo, o que teria causado revolta no suspeito. Atualmente, a guarda da criança está com a avó materna.
Há cerca de dois meses, vítima e agressor reataram o relacionamento. No entanto, segundo a polícia, ele estava devendo pensão alimentícia desde fevereiro e vinha sendo cobrado pela avó da menina. “Ele passou, então, a agredir a mulher diariamente para que ela pedisse dinheiro para a mãe, a fim de quitar essa pensão alimentícia. Ela pedia dinheiro, mas não relatava para que era”, diz a delegada.
De acordo com a investigação, ele espancava a mulher, a queimava com cigarros, deixava-a amarrada quando saía e fazia constantes ameaças de morte, inclusive contra a filha dela e a avó da criança.
*Estagiário sob supervisão de Gabriel Vital