Humberto Carlos morre aos 80 anos em Rio Preto

O rádio esportivo de Rio Preto fica mais silencioso com a partida de Humberto Carlos Ruggeri, carinhosamente chamado de “Dragão”. Aos 80 anos, ele faleceu na quinta-feira, 19, levando a paixão vibrante que sempre carregou em cada transmissão.

Nascido em 10 de outubro de 1944, Humberto Carlos iniciou sua carreira ainda jovem, em 1964, na Rádio Rio Preto (PRB-8). Passou pelas Rádios Piratininga e Brasil Novo (1967–1972), Difusora de Rio Preto e Mirassol (1972–1974), Anchieta (1974–1981) e Onda Nova FM (1981–1983), deixando por onde passou seu legado de profissionalismo. A Interativa FM (104,3) foi sua “casa” mais recente, sob a batuta de Paulo Porto e Roberto Saez, ao lado de Sérgio Lorencin e Sérgio Paranhos.

PAIXÃO PELO RÁDIO

O operador de rádio Mussarela Carlos, seu parceiro de áudio desde 1985, lembra com saudade das viagens até Campinas e São Paulo. “Ele era apaixonado pelo que fazia, lembro de nossas viagens, sempre muito entusiasmado. Era um narrador vibrante e muito dedicado. O último jogo que narrou foi em Araras entre o União de Araras e Rio Preto, no qual o time rio-pretense perdeu de 4 a 0”.

Para ele, o rádio não era apenas trabalho, mas motivo de viver. Mesmo após o procedimento de marca‑passo no início do ano, recusou‑se a se afastar do estúdio, atendendo ao conselho médico fazia seus acompanhamentos. Alexandre e Humberto Júnior, seus filhos, guardam na memória a serenidade e a força do pai: “Se ele ficasse longe dos microfones, morreria de desgosto”, diz Alexandre, que complementa: “O desejo do meu irmão e meu era que ele fosse morar em Goiânia para ficarmos mais perto dele, mas ele se recusava, dizia que não gostaria de parar de trabalhar narrando jogos”.

Ativo, Humberto Carlos se sentiu mal e seguiu as orientações dos filhos: ligou para o Samu e aguardou a equipe médica em frente à sua casa. Apesar das tentativas de reanimação, não resistiu.

O velório e sepultamento aconteceram no sábado, 21, no Cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.