Incêndio florestal em Rio Preto pode ser criminoso, apontam autoridades
Fogo começou em área densa, de difícil acesso; o vento forte desafia brigadistas e espalha fagulhas pelo mato seco

O incêndio que assola a Estação Ecológica e a Floresta Estadual do Noroeste Paulista pode ter sido criminoso. É o que apontam a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, que estão atuando diretamente no combate às chamas.
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Alexandre Obvioslo, chama atenção a ocorrência de fogo no interior da mata mais densa.
“Não é comum. Geralmente os focos começam nas áreas de bordas, ao lado de avenidas e de regiões de habitação. Neste caso, além de o fogo ter iniciado em uma região de vegetação mais fechada, ela é de difícil acesso até para as equipes de brigada. Então há uma forte suspeita de que o incêndio tenha causa humana”, diz.
O coronel Ivair Silva, diretor da Defesa Civil de Rio Preto, confirma a hipótese.
“O fogo começou na segunda-feira, 29, exatamente onde havia a presença de uma equipe contratada para realizar o manejo de árvores, com a retirada de cipós. Essa informação já foi passada para a Polícia Ambiental, que está atuando junto a peritos do Instituto de Criminalística na investigação das causas do incêndio”, diz.
No entanto, o diretor da Defesa Civil pondera que, embora o fogo tenha causas humanas, é necessário apurar se foi intencional ou acidental, como por bituca de cigarro, por exemplo.
Incontrolável
Na manhã desta quarta-feira, 1º de outubro, 14 caminhões-pipa foram empenhados para o combate ao incêndio florestal, que avança sem controle para sítios.
“Neste momento estamos atacando quatro focos de incêndio em áreas distintas e o vento tem sido o maior desafio, porque está espalhando fagulhas para todas as direções. Além do trabalho de combate às chamas, estamos também tentando proteger algumas áreas para que o fogo não avance até elas, mas a situação está bem difícil”, afirma o coronel Ivair.
O helicóptero Águia e a aeronave agrícola da empresa Imagem continuam apoiando os trabalhos com o lançamento de água por regiões onde o fogo está mais alto.
Ao Diário, o capitão Obvioslo afirmou que, até o momento, não foram encontrados animais feridos.
“Temos atuado para evitar incêndios em copas de árvores e estamos atentos para a presença de animais que necessitem de resgate. As equipes estão de prontidão se houver a necessidade de remoção de fauna”, completa.
Até a noite desta terça-feira, 30, o fogo já tinha consumido 50 hectares de vegetação.
Além das equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, integrantes do Comitê Gestor de Combate às Queimadas estão no local, como Usina Cofco, Constroeste, Semae e secretarias do Meio Ambiente, Agricultura e Serviços Gerais.