Diário da Região
Destruição

Incêndio florestal em Rio Preto pode ser criminoso, apontam autoridades

Fogo começou em área densa, de difícil acesso; o vento forte desafia brigadistas e espalha fagulhas pelo mato seco

por Joseane Teixeira
Publicado em 01/10/2025 às 11:22Atualizado em 01/10/2025 às 18:57
Incêndio começou em área densa (Defesa Civil do estado)
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Incêndio começou em área densa (Defesa Civil do estado)
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O incêndio que assola a Estação Ecológica e a Floresta Estadual do Noroeste Paulista pode ter sido criminoso. É o que apontam a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, que estão atuando diretamente no combate às chamas.

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Alexandre Obvioslo, chama atenção a ocorrência de fogo no interior da mata mais densa.

“Não é comum. Geralmente os focos começam nas áreas de bordas, ao lado de avenidas e de regiões de habitação. Neste caso, além de o fogo ter iniciado em uma região de vegetação mais fechada, ela é de difícil acesso até para as equipes de brigada. Então há uma forte suspeita de que o incêndio tenha causa humana”, diz.

O coronel Ivair Silva, diretor da Defesa Civil de Rio Preto, confirma a hipótese.

“O fogo começou na segunda-feira, 29, exatamente onde havia a presença de uma equipe contratada para realizar o manejo de árvores, com a retirada de cipós. Essa informação já foi passada para a Polícia Ambiental, que está atuando junto a peritos do Instituto de Criminalística na investigação das causas do incêndio”, diz.

No entanto, o diretor da Defesa Civil pondera que, embora o fogo tenha causas humanas, é necessário apurar se foi intencional ou acidental, como por bituca de cigarro, por exemplo.

Incontrolável

Na manhã desta quarta-feira, 1º de outubro, 14 caminhões-pipa foram empenhados para o combate ao incêndio florestal, que avança sem controle para sítios.

“Neste momento estamos atacando quatro focos de incêndio em áreas distintas e o vento tem sido o maior desafio, porque está espalhando fagulhas para todas as direções. Além do trabalho de combate às chamas, estamos também tentando proteger algumas áreas para que o fogo não avance até elas, mas a situação está bem difícil”, afirma o coronel Ivair.

O helicóptero Águia e a aeronave agrícola da empresa Imagem continuam apoiando os trabalhos com o lançamento de água por regiões onde o fogo está mais alto.

Ao Diário, o capitão Obvioslo afirmou que, até o momento, não foram encontrados animais feridos.

“Temos atuado para evitar incêndios em copas de árvores e estamos atentos para a presença de animais que necessitem de resgate. As equipes estão de prontidão se houver a necessidade de remoção de fauna”, completa.

Até a noite desta terça-feira, 30, o fogo já tinha consumido 50 hectares de vegetação.

Além das equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, integrantes do Comitê Gestor de Combate às Queimadas estão no local, como Usina Cofco, Constroeste, Semae e secretarias do Meio Ambiente, Agricultura e Serviços Gerais.