Diário da Região
OPERAÇÃO

PF cumpre mandado contra médico de Rio Preto por suspeita de fraude no SUS

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele em Rio Preto na manhã desta terça-feira, 12

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 12/08/2025 às 11:31Atualizado em 12/08/2025 às 19:52
Polícia cumpriu mandados de busca em Rio Preto e cidades do Mato Grosso do Sul (Polícia Federal)
Polícia cumpriu mandados de busca em Rio Preto e cidades do Mato Grosso do Sul (Polícia Federal)
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A Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira, 12, mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um médico de Rio Preto, um deles localizado em um condomínio de alto padrão. O cirurgião vascular é suspeito de integrar um esquema criminoso envolvendo peculato — apropriação e desvio de recursos públicos —, além de fraude em procedimentos licitatórios e em contratos administrativos, com verbas provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A ação faz parte da Operação Rastro Cirúrgico, que também cumpriu outros nove mandados de busca e apreensão: seis em Selvíria e três em Aparecida do Taboado, ambos municípios do interior do Mato Grosso do Sul. Apreensões incluem veículos, armas, pedras preciosas e R$ 100 mil em espécie, encontrados nos endereços relacionados aos suspeitos.

A pedido do Ministério Público Federal, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou medidas cautelares de sequestro, arresto e bloqueio de bens no valor de R$ 5 milhões para cada pessoa física e jurídica envolvida. Também foram impostas medidas de natureza pessoal, como afastamento de funções públicas e proibição de contratar com o poder público.

Para evitar a continuidade das atividades criminosas, servidores públicos foram afastados, incluindo o atual secretário municipal de Saúde de Selvíria. Além disso, foi determinada a proibição, a todas as pessoas físicas e jurídicas investigadas, de firmar contratos com órgãos públicos em qualquer esfera de governo.

As investigações revelaram indícios de irregularidades contratuais, como superfaturamento e sobrepreço em Atas de Registro de Preço (ARP), além da existência de múltiplos contratos administrativos — alguns sem publicação nos portais de transparência — com objetos idênticos, vigência simultânea e as mesmas partes contratantes. Essa prática teria resultado em pagamentos duplicados por um mesmo procedimento cirúrgico ou serviço médico contratado.

Outro ponto apurado foi que uma das clínicas médicas contratadas sequer existia de fato.