MP de Rio Preto denuncia quatro homens em 'caso Giovana'
A denúncia inclui um novo personagem que, segundo as investigações, estava presente na empresa quando a adolescente morreu e se omitiu, deixando de prestar socorro à vítima.

Nesta sexta-feira, 19, o Ministério Público de Rio Preto denunciou o empresário Gleison Luís Menegildo e o chefe de oficina Anderson Luís Bardella pelo crime de feminicídio qualificado por meio cruel e para garantir impunidade do crime de assédio sexual contra a adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos.
Junto com o caseiro Cleber Danilo Partezani, eles respondem ainda por ocultação de cadáver.
Individualmente, Gleison foi denunciado também por tráfico de drogas e por fornecer bebida alcoólica para menor de 18 anos.
O promotor Evandro Ornelas Leal decretou a prisão preventiva do empresário e de Anderson, mas recusou o pedido com relação ao caseiro, por considerar que ele não teve participação no homicídio.
“O conhecimento que lhe foi dado é de que ele estava enterrando um corpo, não havendo mínimo indício de que Giovana ainda estivesse viva quando enterrada e que soubesse Cleber dessa suposta condição”, consta em trecho do documento.
A denúncia do MP, no entanto, inclui um novo personagem: Rodrigo Landolfi Alves, outro funcionário de Gleison que, segundo as investigações, estava presente na empresa quando a adolescente morreu e se omitiu, deixando de prestar socorro à vítima. A conduta é agravada pela morte da jovem.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, os acusados se tornarão réus em processo penal.
O caso
Em interrogatório, o empresário afirmou que Giovana esteve na empresa dele em dezembro de 2023 para participação em um processo seletivo para vaga de estágio. No entanto, a entrevista foi realizada após o fim do expediente, por volta das 18h15. Segundo o empresário, “o assunto passou para safadezas”. Gleison alega que ele e Anderson se relacionaram sexualmente com a adolescente.
Após o ato, ambos saíram da sala por alguns minutos e, quando retornaram, constataram que Giovana estava convulsionando, possivelmente em razão do consumo de uma porção de cocaína, que estava ocultada em um frasco de medicamento, e que pertencia a Gleison.
Notando que a adolescente parou de respirar, ele afirma que se desesperou e decidiu ocultar o corpo da vítima na propriedade rural dele, contando com o apoio do caseiro.
Relatório de investigação aponta que o homem passou próximo a duas Unidades de Pronto Atendimento (Jaguaré e Santo Antônio) e deixou de prestar socorro à vítima.
No curso do inquérito, os três acusados Gleison, Anderson e Cleber foram presos temporariamente.