Diário da Região
Justiça

MP denuncia faxineira por furto de celulares da DDM de Rio Preto

Segundo as investigações, ela colocava os aparelhos em sacos de lixo e os revendia posteriormente

por Joseane Teixeira
Publicado em 26/08/2025 às 16:05Atualizado há 22 horas
DDM de Rio Preto vai investigar o caso (Edvaldo Santos 5/3/2025)
DDM de Rio Preto vai investigar o caso (Edvaldo Santos 5/3/2025)
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O Ministério Público de Rio Preto denunciou a auxiliar de limpeza Priscila de Paula Sales Brito, 47 anos, pelo furto de seis celulares, apreendidos como peças de crimes na Delegacia de Defesa da Mulher. Ela trabalhava na unidade especializada da Polícia Civil e cometeu os crimes entre os meses de abril e maio do ano passado, sem levantar suspeitas. A Justiça já recebeu a denúncia e Priscila se tornou ré em processo criminal.

De acordo com a denúncia assinada pelo promotor Dosmar Sandro Valeri, Priscila era contratada por uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Secretaria de Segurança Pública.

Aproveitando-se do acesso a locais de circulação restrita da delegacia, bem como da confiança nela depositada, a faxineira acessou o banheiro do Cartório Central, que era utilizado de maneira improvisada como depósito de provas periciais, e furtou quatro celulares, que foram retirados de embalagens lacradas e colocados em sacos de lixo para não levantar suspeita.

Ao simular que iria descartar o lixo, Priscila guardava os aparelhos na própria bolsa e levava para casa. Outros dois celulares foram furtados de forma semelhante da sala de escrivãs.

Quando uma delas retornou de férias, procurou por um celular para encaminhá-lo para perícia no Instituto de Criminalística e não encontrou.

Diante da suspeita de furto, a equipe decidiu fazer uma revisão nos aparelhos apreendidos e constatou o sumiço de seis deles.

“Investigação foi encetada para a apuração dos fatos, constatando-se que três dos celulares subtraídos estavam em uso, sendo identificados os usuários”, consta em trecho do relatório de investigação.

A Justiça autorizou mandados de busca e a apreensão e, durante o cumprimento, a Polícia Civil descobriu que os celulares foram vendidos a terceiros com o auxílio da filha de Priscila.

No dia 6 de junho, quando a auxiliar de limpeza chegou para trabalhar, ela foi confrontada com as provas e assumiu o crime.

Dos seis aparelhos furtados, apenas quatro foram recuperados. Um dos celulares que desapareceu era peça-chave de um processo criminal de tentativa de homicídio contra um bebê recém-nascido. O equipamento armazenava o vídeo gravado pela mãe da criança, que mostrava o companheiro chacoalhando com violência o bebê conforto. Os movimentos bruscos provocaram sequelas motoras irreversíveis na criança.

Priscila foi denunciada por seis furtos qualificados por abuso de confiança, em continuidade delitiva, que significa que, quando o agente, mediante mais de uma ação, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie (e pelas condições de tempo, lugar e maneira de execução) ele é condenado a pena de um só crime, aumentada de um sexto a dois terços.

A acusada ainda não nomeou advogado no processo.

A reportagem tentou contato telefônico com a mulher, mas o número informado no inquérito cai direto na caixa postal.