Diário da Região
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Norte-americano faz cirurgia em Rio Preto após busca no ChatGPT​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

Paciente superou quatro anos de dores com cirurgia avançada realizada por especialista de clínica rio-pretense

por Tatiana Pires
Publicado em 16/08/2025 às 13:43Atualizado em 16/08/2025 às 17:03
Daniel Evan Overstreet em consulta com o médico proctologista Roberto Luiz Kaiser Junior (Divulgação)
Daniel Evan Overstreet em consulta com o médico proctologista Roberto Luiz Kaiser Junior (Divulgação)
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Muitos profissionais enxergam ferramentas como o ChatGPT com desconfiança, temendo a perda de espaço ou até a extinção de suas funções. No entanto, essa visão ignora o potencial transformador da inteligência artificial como aliada. Em vez de substituir, ela pode ampliar o alcance do trabalho e facilitar o diálogo com o público-alvo. Foi justamente o que aconteceu com o proctologista Roberto Luiz Kaiser Junior: um paciente norte-americano procurou um especialista para um problema de saúde e veio até Rio Preto para se submeter a um procedimento cirúrgico para tratar um cisto pilonidal.

Morador de Satellite Beach, na Flórida, Daniel Evan Overstreet disse que por cerca de quatro anos sofreu com a condição cutânea crônica que se desenvolve na região do cóccix – caracterizado pela formação de uma cavidade ou bolsa na pele que pode conter pelos, pele morta e secreções de glândulas. “Sofro com o problema desde que estava no exército, isso tem quatro anos ou mais. Minha expectativa é me curar e voltar ao trabalho quanto antes”, disse o paciente, que trabalha em uma empresa hipotecária de seus pais.

Após a pesquisa, Daniel entrou em contato com a clínica de Kaiser e se impressionou com a rapidez com que todo o processo ocorreu até a cirurgia. “Fiz os exames pela manhã, já saíram os resultados e operei poucas horas depois”, diz.

Também conhecido como cisto sacrococcígeo, o cisto pilonidal é uma doença benigna que pode causar dor e desconforto, especialmente quando infectado. Geralmente surge por atrito na região, que inflama os folículos pilosos e glândulas sebáceas, formando um abscesso. O tratamento varia conforme a gravidade e os sintomas, podendo incluir cuidados locais, drenagem ou em casos mais graves e ou recorrentes, a cirurgia.

Em outubro do ano passado, Daniel havia se submetido a uma cirurgia nos Estados Unidos. No entanto, o cisto pilonidal voltou. De acordo com o médico, o procedimento feito foi o método convencional, mas mesmo assim houve recidiva, algo comum nessa condição.

Desta vez, Daniel foi operado com uma técnica minimamente invasiva chamada EPSiT (Endoscopic Pilonidal Sinus Treatment), que utiliza um fistuloscópio para visualizar o interior do cisto em tempo real. Com isso, é possível remover todos os pelos e tecidos inflamados com precisão, reduzindo drasticamente a chance de recidiva. “Na cirurgia tradicional, a taxa de retorno do cisto pode chegar a 50%. Com essa técnica, na minha experiência, a recidiva é de apenas 4%, e mesmo esses casos ocorreram por descuido com a remoção de pelos no pós-operatório”, explicou Kaiser.

A recuperação também é muito mais rápida: o paciente recebe alta no mesmo dia e pode voltar às atividades normais, como dirigir, sentar e trabalhar, já no dia seguinte, ao contrário da cirurgia convencional, que pode exigir até seis meses de curativos e cuidados intensivos.

O procedimento tem atraído pacientes de diversas partes do mundo. Já passaram pelo consultório de Kaiser pacientes dos Estados Unidos, Japão, Suíça, Suécia, Noruega, Chile, entre outros, além de pacientes de todos os estados brasileiros.

Além do cisto pilonidal, Daniel também tratou outra condição crônica: a hidradenite supurativa, caracterizada por lesões inflamatórias semelhantes a furúnculos. Segundo o médico, Daniel possuía 26 lesões, tratadas com laser de iodo. “Ele chegou para tratar o cisto e, durante a consulta, relatou o uso de um medicamento específico. Ao investigar, descobrimos que também era portador de hidradenite. Aproveitamos e tratamos ambas as condições”, completou o especialista.

Daniel, agora, retorna para casa livre tanto do cisto pilonidal quanto das lesões da hidradenite. “Estou com uma grande expectativa de me livrar dessa condição e não voltar a ter problemas”, conclui.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​