Pista 'ondulada' espalha perigo na Washington Luís em Rio Preto
Quase dois anos após assumir, concessionária não resolve precariedade em ao menos 12 pontos no perímetro urbano de Rio Preto, fora do trecho onde estão as obras da 3ª faixa atualmente

Uma das pistas estaduais mais importantes da região, a rodovia Washington Luís está com uma série de 12 grandes ondulações no asfalto no trecho urbano de Rio Preto, apontadas por motoristas. Os principais problemas estão no sentido interior–capital, principalmente próximos às alças de acesso à cidade. Em dois dos locais, as irregularidades são mais acentuadas.
A reportagem do Diário da Região percorreu 22 km da pista, na manhã de quarta-feira, 17, do km 444 ao km 433, entre ida e volta, no trecho urbano de Rio Preto. Os pontos com maior número de reclamações estão nas proximidades do Viaduto 19 de Julho, além das alças de acesso às avenidas José Munia e Clóvis Oger.
Os trechos com ondulações no asfalto ainda não passam por obras de construção da terceira faixa da rodovia Washington Luís. A construtora contratada pela concessionária segue com os trabalhos nos limites do município de Mirassol.
As irregularidades no pavimento comprometem a estabilidade dos veículos e aumentam o risco de acidentes, segundo condutores que utilizam a rodovia diariamente. Motoristas relatam a presença de ondulações no asfalto em diferentes trechos da rodovia, o que tem gerado preocupação quanto à segurança, especialmente para motociclistas.
MOTOCICLISTA
“Passo por este trecho de moto quase todos os dias e fico preocupado com essas ondulações no asfalto. De dia até dá para enxergar e desviar, mas imagine à noite ou durante uma forte chuva. Se perder o controle da moto ali, cai, não dá nem tempo de sair do lugar e acaba sendo atropelado pelo carro ou caminhão que vem atrás”, diz o motociclista Claudinei Silva.
Além das ondulações, há também buracos e até esfarelamento do asfalto, principalmente nas proximidades das alças de acesso à área urbana de Rio Preto.
A má qualidade do asfalto da rodovia Washington Luís também já foi alvo de fiscalização do Ministério Público, em janeiro de 2024. A Promotoria de Justiça pediu que a concessionária Ecovias, responsável pela pista estadual, apresentasse um relatório a respeito dos locais onde o asfalto estava em pior situação na rodovia. Houve uma reunião entre a empresa e o promotor Sérgio Clementino, na sede do MP, em Rio Preto.
Na época, a promotoria também solicitou que a concessionária apurasse as responsabilidades sobre o pavimento em todos os acessos e alças da rodovia no trecho entre Uchoa e Rio Preto. O objetivo era identificar de quem é a responsabilidade pelo piso em cada um dos locais, se da concessionária ou dos municípios.
Informado na quarta-feira, 17, pelo Diário, sobre a situação atual da pista, o promotor de Justiça Sérgio Clementino voltou a cobrar providências em relação às irregularidades do asfalto nos trechos apontados pela reportagem.
“Essas irregularidades têm que ser sanadas pela concessionária, que já tem obras no trecho. Se persistirem, podem ser objeto de cobrança”, afirmou o representante do MP.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a concessionária Ecovias Noroeste Paulista informou que acompanha de forma permanente as condições do pavimento da rodovia Washington Luís (SP-310), realizando manutenções preventivas e corretivas sempre que necessário.
Segundo a empresa, os trechos mencionados estão entre as prioridades de atendimento e já recebem intervenções, com equipes atuando principalmente no período noturno, o que permite que os serviços sejam executados com mais segurança e menor impacto para os usuários da rodovia durante o dia.
“Mesmo diante dos desafios impostos pelo alto volume de veículos e pelas limitações de atuação no período diurno, a concessionária mantém um trabalho contínuo, com planejamento e dedicação das equipes, sempre com o objetivo de garantir mais segurança e conforto aos usuários”, conclui a nota.
Camadas do asfalto
Revestimento asfáltico
Esta é a camada que de fato é afetada pelo tráfego. Deve ter o máximo de permeabilidade possível, e tem como função melhorar a superfície de rolamento quanto às condições de conforto e segurança, além de ser a maior responsável por resistir ao desgaste. Tem cerca de 5 centímetros
Base
Esta é a principal camada do pavimento. Ela será encarregada de oferecer o suporte estrutural do pavimento, além de ter que dissipar as cargas para as próximas camadas, diminuindo seu impacto. Aqui,as pedras têm de 2 a 5 centímetros de diâmetro. A camada tem de 10 a 22 centímetros de profundidade
Sub-base
Segundo a regra geral, o material constituinte da sub-base deverá ter características tecnológicas superiores às do material de reforço; por sua vez, o material da base deverá ser de melhor qualidade que o material da sub-base. A camada é fundamental para a pavimentação asfáltica ter uma vida útil dentro do esperado. Ali, são colocadas pedras de 7 a 10 centímetros de diâmetro. Segundo o estudo, os problemas na Washington Luís estão nesta camada
Sub-leito
É o terreno de fundação que servirá de apoio para o pavimento. O subleito exerce uma função semelhante a de uma fundação, uma vez que é essa estrutura que receberá toda a carga absorvida pelo pavimento. A estrutura do pavimento, por sua vez, será formada a partir da terraplenagem do local