Polícia investiga denúncia de maus-tratos em hotelzinho infantil de Rio Preto
Quatro mães procuraram a delegacia para denunciar condições insalubres, falta de cuidadores e criança autista mantida amarrada no local

Quatro mães compareceram à Central de Flagrantes de Rio Preto neste sábado, 13, para denunciar os proprietários de um hotelzinho infantil da região Norte de Rio Preto por suposto maus-tratos a bebês e crianças.
Entre as situações mencionadas na denúncia estão arranhões e hematomas nas crianças, utilização de comentários pejorativos, sujeira, falta de armazenamento adequado dos alimentos, estrutura precária para atender grande quantidade de crianças e número insuficiente de cuidadores, o que resultaria em bebês sujos, sem troca de fraldas.
As mulheres afirmam que tomaram conhecimento da situação por meio de uma cuidadora, que teria pedido demissão do hotelzinho por não suportar a situação vivenciada. Ela teria registrado fotos e vídeos das irregularidades e compartilhado com as mães.
Imagens que o Diário teve acesso mostram espaços com grandes quantidades de crianças (algumas dormindo no chão), colchões velhos e sujos e um bebê que passaria o dia todo sentado em uma cadeira, sujo e isolado das outras crianças. Ele seria autista.
As mães alegam que não tinham conhecimento da situação porque não são autorizadas a acessar o interior do prédio.
O estabelecimento se manifestou pelas redes sociais. Em nota, afirmou que "trata-se de uma tentativa clara de distorção da realidade, surgida em meio a um contexto de disputa judicial contra os antigos proprietários".
Informou ainda que a creche sempre pautou sua atuação pelo respeito, zelo e cuidado integral com as crianças, mantendo um ambiente seguro, acolhedor e adequado ao desenvolvimento infantil. "Jamais houve qualquer prática de maus-tratos, sendo esta afirmação totalmente infundada".
A empresa acrescenta que todos os pais e responsáveis sempre tiveram acompanhamento diário, com acesso livre às dependências da escola e que permanece à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação informou que o local não se enquadra no sistema municipal de ensino.
Veja a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação esclarece que o local citado não possui registro como escola de educação infantil e, portanto, não está sob a supervisão da pasta. Conforme apurado, trata-se de uma empresa de recreação e lazer, atividade que não se enquadra no sistema municipal de ensino.
A Secretaria orienta as famílias a verificarem sempre se a instituição possui cadastro regular como escola de educação infantil junto ao Município antes de efetuar a matrícula de crianças.
Para obter autorização de funcionamento, uma escola de educação infantil particular deve apresentar requerimento formal à Secretaria Municipal de Educação, com documentação do mantenedor, proposta pedagógica e regimento escolar, comprovação da habilitação dos profissionais, adequação da estrutura física às normas educacionais, além das licenças e laudos obrigatórios de órgãos como a Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros, passando ainda por vistoria e análise técnica do Município.