Polícia de Rio Preto prende 11 em ação contra sites falsos de leilão
Criminosos anunciavam veículos a preços bem abaixo da tabela; vítima só descobria que tinha caído em golpe quando vinha para Rio Preto

A Polícia Civil prendeu 11 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em criar falsos sites de venda de veículos em leilão. Investigado há seis meses, o bando já havia provocado um prejuízo estimado em R$ 3 milhões em Rio Preto e lesado centenas de vítimas na região. Na quinta-feira, eles foram alvos da 5ª etapa da Operação Cyberconnect, focada em combate crimes eletrônicos na região.
Foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão e 11 de prisões preventivas em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Mato Grosso. No Estado de São Paulo, as equipes atuaram na Capital, cidades da Grande São Paulo e em municípios do interior. As ordens de prisão foram expedidas para Rio Preto, Catanduva e Novo Horizonte, cidades onde as vítimas registraram boletins.
O golpe consistia na criação de anúncios de veículos — caminhões, vans e carros — oferecidos a preços muito abaixo do mercado. Os criminosos publicavam as ofertas em páginas falsas que imitavam plataformas legítimas. As vítimas faziam os pagamentos e só descobriam o golpe quando estavam em Rio Preto, onde se deparavam com endereços inexistentes, supostamente ligados às empresas anunciantes.
Durante a operação, a Polícia Civil divulgou um vídeo em que o chefe da investigação da Deic, Marcos Rogério Campos, conhecido como Rogerinho, acorda um dos alvos de mandado de prisão que ainda dormia no momento da abordagem, em Diadema.
Segundo o delegado seccional de Rio Preto, Everson Contelli, o avanço dos golpes virtuais na região — que somam mais de 20 mil registros por ano — motivou a criação do modelo de investigação que deu origem às fases da Cyberconnect. A metodologia passou a ser replicada em outras seccionais do Estado e, posteriormente, em unidades policiais de todo o país.
“Hoje foram apreendidos celulares, computadores, máquinas de cartão, documentos e um cofre. As máquinas de cartão são usadas para escoar parte do dinheiro obtido nos golpes por meio de CNPJs falsos, o que dificulta o rastreamento contábil, mas temos conseguido chegar até onde está o dinheiro”, afirmou Contelli.
Os presos responderão por estelionato digital, furto mediante fraude, extorsão, associação criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com o delegado Fernando Tedde, da Divisão Especializada em Investigações Criminais, cerca de dez sites falsos de leilões foram derrubados para impedir que mais vítimas fossem feitas.
Com a ação desta quarta-feira, a Operação Cyberconnect soma 132 prisões e 599 mandados de busca e apreensão cumpridos ao longo das cinco fases — números que não incluem as prisões realizadas semanalmente pelas delegacias da região. Só no mês passado, oito pessoas foram detidas por golpes contra idosos, e outras investigações recentes resultaram em prisões em Fernandópolis, Catanduva, Jales, Novo Horizonte e Votuporanga.