Prefeitura de Rio Preto usa entulho em pavimentação de avenida
"Improviso sem respaldo na engenharia", avalia especialista

Na manhã desta terça-feira, 23, máquinas a serviço da Prefeitura de Rio Preto realizam o trabalho de pavimentação do acostamento na avenida Danilo Galeazzi, próximo ao Residencial Machado I.
Mas um detalhe chamou atenção de moradores, como o comerciante Leandro Gasparin: o uso de entulho para compactar o solo.
"Quando chove, esses pedregulhos escorrem para a rotatória do anel viário (avenida Davi Ferreira) e, além da sujeira, há risco de derrapagem por motociclistas", denunciou.
A reportagem consultou o engenheiro Irineu Polachini para saber se a técnica é usual, mas ele informou que o uso de restos de construção não é recomendado em pavimentação de ruas.
"É uma forma de improviso de compactação de solo sem respaldo de normas técnicas na engenharia. Entulhos e restos de construção podem conter pedaços de ferro, pregos e parafusos. Com o desgaste natural do asfalto, esses objetos se tornam verdadeiras armadilhas para os motoristas. Vão furar muitos pneus", adverte.
Polachini acrescenta que o uso de entulhos é comum apenas em estradas de terra, especialmente em trechos de erosão, como estratégia paliativa.
Em nota, a Secretaria de Serviços Gerais informou que não se trata de recapeamento, e sim de um aterramento emergencial, realizado devido à abertura de uma cratera no local, o que representava risco de acidentes.
"A ação tem como objetivo evitar o acúmulo de água na via. Ressaltamos que o serviço ainda não foi finalizado – por enquanto, está sendo feito apenas o aterramento. Equipes da Secretaria de Serviços Gerais estão no local para atender à ocorrência com urgência", esclareceu.