Terceirizados da Educação protestam por falta de pagamento em Rio Preto
Funcionários cobram empresa pelo salário do mês de outubro e dizem que atrasos são recorrentes; Secretaria de Educação prometeu fazer o pagamento

Funcionários terceirizados que atuam em escolas municipais de Rio Preto realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira, 10, em frente à sede da empresa GF, responsável pela prestação de serviços de apoio escolar e transporte de alunos. O grupo protesta contra o atraso no pagamento dos salários de outubro.
As trabalhadoras relataram que não receberam até o momento e reclamam da falta de comunicação da empresa. “A gente foi fazer uma manifestação pacífica na porta da empresa e foi agredida com palavras de baixo calão. Ninguém saiu para conversar nem deu uma explicação”, disse uma monitora.
Segundo outra funcionária, o problema de atrasos é recorrente. “Todo mês atrasa. Já teve vez de cair no dia 12, e já teve mês que quem pagou foi a Prefeitura”, afirmou uma auxiliar administrativa.
As manifestantes contaram que muitas famílias estão enfrentando dificuldades financeiras. “Tem gente que não tem o que comer em casa. Tem mãe com criança pequena sem leite. É desumano, a gente trabalha o mês inteiro e não recebe”, lamentou outra funcionária.
De acordo com as trabalhadoras, a empresa e a Prefeitura estariam trocando responsabilidades sobre o pagamento. “É um jogo de empurra. A Prefeitura joga para a GF, e a GF joga para a Prefeitura”, disse uma delas.
A reportagem procurou a GF e a Prefeitura de Rio Preto para comentar a situação, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.
Reunião
Na manhã desta segunda, acontece reunião de negociação mediada por vereadores para tentar iniciar o pagamento dos trabalhadores. Estão presentes os vereadores, João Paulo Rillo, Alexandre Montenegro, Pedro Roberto e o secretário de Governo, Anderson Branco.
Durante a reunião, a Secretaria Municipal de Educação prometeu fazer o pagamento direto para os trabalhadores, desde que recebam toda documentação das pessoas.
Segundo o secretário de Governo, Anderson Branco, a reunião buscou garantir uma solução imediata para o impasse com os funcionários terceirizados.
“Foi conduzida da melhor forma possível, porque são trabalhadores que precisam receber. O contrato da GF já está se encerrando, é um contrato antigo, feito pela lei 8.666, que não traz a segurança necessária. Agora, os novos contratos vão garantir mais estabilidade, justamente para evitar que situações como essa voltem a acontecer, como tem ocorrido há alguns anos em Rio Preto”, afirmou Branco.
De acordo com ele, ficou acertado que o pagamento será feito a partir desta terça-feira, já que “hoje não há mais tempo hábil para processar”. O acordo foi firmado entre o sindicato, a Secretaria de Governo, a representante da Secretaria de Educação, Andréa Murad, e os vereadores que acompanharam a negociação.
“Ficou definido que será feito o pagamento de R$ 2 mil e também o benefício correspondente”, explicou o secretário.
Questionado sobre eventuais punições à empresa GF pela falta de pagamento aos trabalhadores, Branco afirmou que “sempre há consequências”.
“Essas demandas cabem agora à Prefeitura e à Procuradoria-Geral do Município, que devem adotar as medidas cabíveis, inclusive judiciais”, completou.