Diário da Região

Viaduto do Jardim Conceição, em Rio Preto, é aberto junto com passarela

Estrutura vai permitir a travessia mais segura da linha férrea no ponto onde ocorreu descarrilamento que há 12 anos matou oito pessoas

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 22/09/2025 às 22:15Atualizado em 23/09/2025 às 11:36
Vista do viaduto do Jardim Conceição, liberado para o trânsito (Marco Antonio dos Santos 22/9/2025)
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Vista do viaduto do Jardim Conceição, liberado para o trânsito (Marco Antonio dos Santos 22/9/2025)
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Começa a funcionar nesta terça-feira, 23, o viaduto e a passarela do Jardim Conceição, construídos pela Rumo Logística, concessionária de ferrovias. As estruturas foram erguidas na avenida Presidente Roosevelt, próximo ao trecho onde, em 24 de novembro de 2013, um trem de carga descarrilou e atingiu casas, provocando a morte de oito pessoas e deixando outras sete feridas.

O viaduto tem 16 metros de largura e 7 metros de altura. Já a passarela mede 12 metros de altura e 112 metros de comprimento. O investimento foi de R$ 20 milhões. As obras foram concluídas antes do prazo, inicialmente previsto para novembro deste ano.

Segundo Rodrigo Verardino De Stéfani, gerente executivo da Rumo, o viaduto entra em operação ao mesmo tempo, em que será fechada a travessia tradicional. “Vamos fazer um fechamento com cones e, na próxima semana, os cones serão substituídos por um muro, quando ocorrerá o fechamento definitivo”, explicou.

Com a instalação do muro ao longo da linha férrea, os moradores deixarão de ouvir o constante apito das locomotivas, acionado pelos maquinistas como alerta ao cruzar o perímetro urbano.

De Stéfani ressaltou que a entrega do viaduto e da passarela integra um conjunto de 16 obras — entre viadutos, passarelas e passagens inferiores — planejadas para aumentar a segurança em Rio Preto.

O prefeito coronel Fábio Cândido (PL) afirmou que ficou acertada a construção de uma passarela adicional próximo à escola Sesi, para garantir mais segurança a alunos e pais, mas defendeu a antecipação do cronograma. “Na nossa avaliação, precisamos acelerar essas entregas. As conversas estão avançando e existe a possibilidade de trazer esse cronograma para antes do previsto”, disse.

De Stéfani ponderou, no entanto, que é difícil mudar, já que há uma ordem de execução a ser respeitada, pois cada estrutura depende de projetos técnicos específicos.

A inauguração foi acompanhada pela moradora local Giovana Ribeiro Xavier, de 21 anos, que tinha apenas 9 quando presenciou o descarrilamento. “A gente estava sentado na frente de casa e viu o trem saindo do trilho. Depois foi horrível ver as vítimas. Foi bem traumático”, contou.

Durante a cerimônia, foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem às oito vítimas mortas no acidente. Nenhum familiar dos mortos ou sobreviventes, porém, foi chamado ao palco da solenidade, que teve a presença de poucos moradores da região.