Diário da Região
IMPOSTO QUE VIRA ARTE

Projeto 'Arte pela Cidade' pretende ampliar acesso à arte em Rio Preto

Na reta final para fechar o ciclo de captação, a Acirp intensifica o convite às empresas tributadas pelo Lucro Real; projeto tem potencial de captar R$ 670 mil

por Salomão Boaventura
Publicado em 02/12/2025 às 19:06Atualizado em 03/12/2025 às 12:01
Acirp intensifica campanha para ampliar o impacto cultural e econômico do “Arte pela Cidade” (Divulgação)
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Acirp intensifica campanha para ampliar o impacto cultural e econômico do “Arte pela Cidade” (Divulgação)
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Na reta final para fechar o ciclo de captação, a Acirp intensifica o convite às empresas tributadas pelo Lucro Real para destinarem até 4% do Imposto de Renda devido ao festival multicultural “Arte pela Cidade”. A iniciativa, aprovada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, pode captar até R$ 670 mil e tem como foco movimentar a cena artística e a economia criativa de Rio Preto e região.

O mecanismo, já conhecido por empresas que participam de projetos culturais, não exige desembolso adicional. O valor direcionado corresponde a uma fração do imposto que seria pago à União. Com metas definidas, fiscalização rígida e prestação de contas obrigatória, o modelo combina política pública, investimento privado e retorno social direto no território.

IMPACTO CULTURAL

A experiência recente da entidade ilustra esse impacto. Em um ano, projetos como o “Arte na Praça” e o próprio “Arte pela Cidade” reuniram mais de 200 atividades gratuitas, alcançaram cerca de 1 milhão de pessoas de forma direta e indireta e geraram mais de 1.000 postos de trabalho, entre artistas, técnicos, produtores e fornecedores de diferentes segmentos. Segundo a Acirp, trata-se de uma cadeia que atravessa cultura, turismo, comércio e serviços, com ocupação qualificada de espaços urbanos.

“Quando uma empresa decide destinar parte do seu imposto para um projeto como o ‘Arte pela Cidade’, ela não está apenas apoiando um show ou uma apresentação pontual; ela está ajudando a ativar uma rede inteira de profissionais da economia criativa, gerar fluxo do setor de serviços, pequenos comércios do entorno e, ao mesmo tempo, ampliando o acesso da população à arte”, afirma Drica Sanches, diretora de Economia Criativa da entidade.

A edição prevista do festival terá caráter multicultural e ocupará diferentes regiões da cidade com música, teatro, dança, circo, artes visuais e outras linguagens. Para as empresas, além do impacto cultural, a participação oferece posicionamento estratégico: ao patrocinar o projeto, a marca passa a integrar materiais de divulgação, ativações de comunicação e a programação geral, recebendo também o selo “Empresa Amiga da Cultura”.

FASE DECISIVA

Para Drica, essa fase é decisiva na captação de recursos. "Este é o momento para que as empresas conversem com seus contadores, entendam o potencial de renúncia disponível e escolham participar dessa transformação. Em vez de ver o imposto apenas como custo, é possível enxergá-lo como ferramenta de política pública, de fortalecimento da imagem institucional e de construção de legado. O que está em jogo aqui é a chance de carimbar esse recurso com o nome da sua empresa e com o impacto que ele vai gerar na vida das pessoas”, reforça.

Empresas interessadas em direcionar parte do IRPJ devem procurar diretamente a Acirp, que oferece suporte técnico e orientações sobre as etapas de investimento, garantindo que o imposto se converta em oportunidade, visibilidade e legado para a cidade.