Livro 'Tudo de mim' celebra a vida da professora de Rio Preto Neiva Toloi Mazete

Desde jovem, a professora Neiva Toloi Mazete era apaixonada pela escrita. Com o tempo, tomou coragem e passou a declamar seus versos, especialmente na Igreja Batista, onde congregava. Durante anos, professora Neiva partilhou suas opiniões, crônicas e poesias na seção Espaço do Leitor, do Diário da Região, e na página de poemas, da Revista Bem-Estar.

Neiva morreu em março de 2023; por uma infeliz coincidência, no mesmo dia da premiação do Concurso “Poesia na Cidade”, do qual ela participava com a poesia “Vida”, e recebeu uma homenagem póstuma.

SONHO

Seu sonho era publicar um livro com seus escritos, mas não teve tempo para isso. Coube, então, às duas filhas, ao neto e ao marido a tarefa de reunir alguns de seus poemas para a composição de “Tudo de mim”, obra que celebra a mulher em sua plenitude.

Publicado com o selo da Editora Ponto Z, de Rio Preto, o livro traz escritos que datam desde 1962, com versos que fluem como um rio que leva a uma jornada de amor, fé e autoconhecimento.

O lançamento de “Tudo de mim” acontece nesta quinta-feira, 18, a partir das 19h30, no Riopreto Shopping. O livro pode ser adquirido a partir de R$ 50 no dia do lançamento ou entrando em contato pelo telefone (17) 99609-0598.

“Neiva sonhava lançar esse livro, já tinha programado. Ela fez as dedicatórias dela, pediu para eu fazer a abertura, já tinha falado com o editor, mas, infelizmente, não deu tempo do livro sair com ela em vida. Agora, depois do falecimento, resolvemos lançar a obra em memória dela. É uma alegria imensa, embora ela não esteja aqui, eu acredito que o espírito dela deve estar muito contente com isso”, conta o viúvo Jurandir Mazete.

O LIVRO

A nova obra retrata pensamentos, vivências e sentimentos em forma de poesias, diante de muitas situações vividas pela autora, que sempre observou com muita sensibilidade às situações cotidianas.

“Minha mãe era escritora da coluna Espaço do Leitor, do Diário da Região. Ela participou várias vezes com textos de opinião e de homenagens. Além de também participar de escritas de coletâneas, de concursos de poesia, de palestras na igreja, já foi líder de mulheres na igreja”, conta a filha primogênita, Lisandra Mazete.

Na obra, a espiritualidade está presente com histórias que narram os desafios enfrentados com complexidade de quando ainda era moça. “Esse livro foi escrito pela minha mãe, desde a década de 1960, quando ela ainda era estudante. Minha mãe sempre fez escritas de poesias e crônicas. Tem poesias pessoais de pensamentos dela, de vivências e sentimentos, o que ela vivenciou, o que ela sentiu, o que ela observou, ela transformava tudo em poesias”, ressalta.

A imagem da capa, criada por Zeca Zanetti a partir do desenho de uma flor feito por Pedro Henrique, neto da autora, traz um perfil de mulher que lembra o de Neiva. Em 153 páginas, as poesias da obra refletem as perdas, as conquistas, e tem como objetivo celebrar a mulher em sua plenitude. Além de ressaltar os valores familiares, após sua transição para a formação de sua família.

“Foi engraçado ter mamãe escritora em casa. Lembro que nós tínhamos que falar perfeitamente o português: verbos, tudo. Ela que nos ensinou, era uma pessoa carinhosa, acolhedora. Ajudou-me muitas vezes nas tarefas. Quando chegou o meu filho, ela ganhou uma nova vida. Por ser professora, também usou da educação para nos mostrar a importância de estudar, foi uma mulher guerreira, justa, honesta e temente a Deus, acima de tudo”, recorda a filha caçula, Lilian Mazete.

A escritora, muito ativa em concursos literários, sendo contemplada muitas vezes, tornou-se uma figura importante culturalmente na região de Rio Preto, sendo agraciada com uma rua em sua homenagem, localizada no bairro Residencial José Bernardes Coelho, na região Norte de Rio Preto.

RECORDAÇÕES

Com afeto, Jurandir Mazete recorda a paixão de Neiva em recitar seus poemas publicamente, seja na igreja, em lugares da cidade, ou até mesmo durante as viagens que o casal realizava. “Quando viajávamos, aonde íamos, que tinha músicos, ela pedia licença para falar a poesia dela. Ela sempre gostou, e isso era nato nela”, pontua.

“Nós tivemos um relacionamento de 58 anos, sempre em harmonia, tivemos duas filhas. Ela era uma pessoa formidável, inteligente, culta, poetisa, escritora. E, eu acabei pegando um pouquinho de alguma coisa dela. Tanto é que eu escrevi umas músicas para ela e ela aceitou, para me agradar talvez, acho que ficou bom. Também escrevi algumas vezes para o Diário da Região, mas antes, sempre passava pelo crivo dela”, conclui Jurandir. (Colaborou Ana Carolina de Almeida)​​​​​​​​​​​​​​