Na COP 30, Lula pede gasto com clima em vez de guerra
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os gastos com guerras, no lugar de investimentos em soluções para o aquecimento global, e voltou a citar a necessidade de um mapa para o fim do uso do petróleo

No discurso de abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) nesta segunda-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os gastos com guerras, no lugar de investimentos em soluções para o aquecimento global, e voltou a citar a necessidade de um mapa para o fim do uso do petróleo, tema que ele já havia citado na semana passada, na cúpula de líderes que antecedeu a conferência na semana passada.
O presidente fez ainda um desagravo à cidade de Belém, e falou sobre as dificuldades de realizar a conferência no coração da Amazônia. E também mencionou o tornado que devastou o Paraná entre sexta-feira, 7, e sábado, 8, como um exemplo dos eventos climáticos extremos que ficarão cada vez mais intensos e frequentes diante do aquecimento do planeta.
“Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto a gente acabar com a poluição do planeta Terra. Teria sido mais fácil fazer a COP em uma cidade acabada, que não tivesse problema, e resolvemos aceitar o desafio”, disse. A cidade paraense teve dificuldades para acelerar o calendário de adaptações estruturais e sofreu com uma crise por altos preços de hospedagem, o que fez os países reduzirem o tamanho das suas delegações.
Segundo Lula, as obras para a COP serão legado para a população. Disse que a Amazônia não é “entidade abstrata” e que as pessoas têm problemas reais, que o governo luta para superar.
O presidente voltou a abordar tópicos que já haviam sido defendidos por ele na Cúpula de Líderes, evento na semana passada que antecedeu a conferência climática, além de mandar recados aos países que estão em guerra e pediu mais investimentos no clima.
“Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade, de grandeza humana, provando que se os homens que fazem guerra estivessem aqui nessa COP, iam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram ano passado”, disse.
Os conflitos bélicos - especialmente a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia - estão entre os principais motivos para o desengajamento da comunidade internacional na agenda verde nos últimos anos. O líder russo, Vladimir Putin, não foi à Cúpula dos Líderes em Belém.