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MEIO AMBIENTE

Na COP 30, Lula pede gasto com clima em vez de guerra

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os gastos com guerras, no lugar de investimentos em soluções para o aquecimento global, e voltou a citar a necessidade de um mapa para o fim do uso do petróleo

por Agência Estado
Publicado em 10/11/2025 às 20:53Atualizado em 10/11/2025 às 20:53
Lula em discurso na abertura da COP 30 (Divulgação/Ricardo Stuckert)
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Lula em discurso na abertura da COP 30 (Divulgação/Ricardo Stuckert)
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No discurso de abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) nesta segunda-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os gastos com guerras, no lugar de investimentos em soluções para o aquecimento global, e voltou a citar a necessidade de um mapa para o fim do uso do petróleo, tema que ele já havia citado na semana passada, na cúpula de líderes que antecedeu a conferência na semana passada.

O presidente fez ainda um desagravo à cidade de Belém, e falou sobre as dificuldades de realizar a conferência no coração da Amazônia. E também mencionou o tornado que devastou o Paraná entre sexta-feira, 7, e sábado, 8, como um exemplo dos eventos climáticos extremos que ficarão cada vez mais intensos e frequentes diante do aquecimento do planeta.

“Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto a gente acabar com a poluição do planeta Terra. Teria sido mais fácil fazer a COP em uma cidade acabada, que não tivesse problema, e resolvemos aceitar o desafio”, disse. A cidade paraense teve dificuldades para acelerar o calendário de adaptações estruturais e sofreu com uma crise por altos preços de hospedagem, o que fez os países reduzirem o tamanho das suas delegações.

Segundo Lula, as obras para a COP serão legado para a população. Disse que a Amazônia não é “entidade abstrata” e que as pessoas têm problemas reais, que o governo luta para superar.

O presidente voltou a abordar tópicos que já haviam sido defendidos por ele na Cúpula de Líderes, evento na semana passada que antecedeu a conferência climática, além de mandar recados aos países que estão em guerra e pediu mais investimentos no clima.

“Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade, de grandeza humana, provando que se os homens que fazem guerra estivessem aqui nessa COP, iam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram ano passado”, disse.

Os conflitos bélicos - especialmente a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia - estão entre os principais motivos para o desengajamento da comunidade internacional na agenda verde nos últimos anos. O líder russo, Vladimir Putin, não foi à Cúpula dos Líderes em Belém.