Diário da Região

Trump e Netanyahu divulgam plano de paz para Gaza e pressionam Hamas

Proposta com 20 pontos prevê fim do conflito, libertação de reféns, força de paz internacional e mantém janela aberta para futuro Estado palestino

por Agência Estado
Publicado em 29/09/2025 às 20:21Atualizado em 29/09/2025 às 20:21
Netanyahu e Trump durante reunião na Casa Branca (RS/via Fotos Publicas)
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Netanyahu e Trump durante reunião na Casa Branca (RS/via Fotos Publicas)
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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, nesta segunda-feira, 29. Após a reunião, Trump anunciou um plano de 20 pontos para acabar com a guerra em Gaza e estabelecer um mecanismo de governo pós-guerra, durante uma coletiva de imprensa ao lado de Netanyahu.

“Nós estamos muito perto de um cessar-fogo em Gaza”, disse Trump, durante uma coletiva de imprensa ao lado de Netanyahu.

O premiê israelense disse que o plano é um passo crítico para avançar para a paz no Oriente Médio. “O seu plano tem nosso apoio e atinge nossos objetivos”, disse. “Se o Hamas aceitá-lo, o primeiro passo é a libertação dos reféns, seguido de a implementação de uma força internacional.”

O grupo terrorista Hamas ainda não se manifestou sobre o plano.

“Se o Hamas não aceitar o plano, Israel vai terminar o trabalho”, acrescentou Netanyahu. “Faremos isso por bem ou por mal.” Ele foi apoiado por Trump, que também pressionou o Hamas a aceitar o acordo.

O plano prevê a criação de um conselho administrativo temporário, liderado por Trump e que incluiria o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair no território palestino. O plano não exigiria que os palestino deixassem Gaza se não quisessem e prevê o fim imediato da guerra se ambos os lados aceitarem.

Além disso, o plano também prevê a reconstrução de Gaza, a libertação dos reféns a entrada de ajuda humanitária supervisionada pelas Nações Unidas e anistia para membros do Hamas que depuserem as armas.

De acordo com Trump, o grupo terrorista Hamas precisa aceitar o plano. Caso não aceite ou volte a se rearmar durante o plano, Israel teria o apoio de Washington e de países árabes para enfrentar o Hamas. “Israel teria meu total apoio para terminar o trabalho de destruir a ameaça do Hamas”, disse Trump.

O republicano apontou que Netanyahu expressou a sua oposição a criação de um Estado palestino e citou os ataques terroristas do Hamas no dia 7 de outubro de 2023. Trump disse que conversou com familiares de diversos reféns que seguem em Gaza e afirmou que a população israelense quer o fim da guerra e o retorno dos reféns.

20 pontos de Trump

A proposta de Trump aponta que os palestinos seriam encorajados a permanecer na Faixa de Gaza e que lhes seria oferecida “a oportunidade de construir uma Gaza melhor”.

O papel da Autoridade Palestina está vago no plano de Trump. As nações árabes querem que a entidade palestina esteja envolvida na governança de Gaza, mas Israel alega que a AP é corrupta e ultrapassada.

Segundo o plano do republicano, a Autoridade Palestina seria “revitalizada” e poderia governar o povo palestino assim que tiver implementado suas mudanças.

“Desafio os palestinos a assumirem a responsabilidade por seu destino, porque é isso que estamos dando a eles. Estamos dando a eles a responsabilidade por seu destino”, disse Trump.