Conferências estaduais
Observamos no último final de semana a falta de transparência na organização dessas conferências

As conferências estaduais são fundamentais para a construção de políticas públicas que atendam às necessidades da população. Elas reúnem representantes da sociedade civil, autoridades e especialistas, criando um espaço de diálogo. Para que esses eventos cumpram seu papel, é essencial garantir a lisura dos procedimentos de organização e execução, e tudo isso não foi observado na última conferencia estadual de promoção da igualdade racial.
A lisura se refere à transparência, ética e inclusão de todas as vozes. Quando respeitados, esses princípios tornam a conferência um reflexo das demandas sociais, especialmente para grupos marginalizados, como os LGBTQIAPN+, mulheres negras, pessoas com deficiência, líderes de matriz africana e populações indígenas, cujas necessidades precisam ser ouvidas.
Entretanto, observamos no último final de semana a falta de transparência na organização dessas conferências. A falta de clareza nas regras desde o início anunciava o que estava por vir, resultando em uma representação distorcida que não reflete a diversidade da população, sem participação efetiva de todos os segmentos sociais.
Além disso, a lisura que muitas das vezes deixou de ser observada é crucial para garantir que as propostas discutidas sejam implementadas. O processo foi desorganizado e certamente corremos o risco de que ideias valiosas tenham sido perdidas e que que propostas concretas não sejam levadas adiante. A confiança da população nas instituições aumenta quando vê que as conferências são espaços onde suas preocupações são levadas a sério.
Em suma, as conferências estaduais desempenham um papel vital na formulação de políticas públicas inclusivas. É imprescindível que sejam conduzidas com integridade e transparência para que todas as vozes sejam ouvidas e as soluções apresentadas atendam às necessidades da população.
Devemos exigir essa lisura nesses processos e participar ativamente para que as conferências cumpram seu verdadeiro propósito: promover a justiça social e o bem-estar da sociedade como um todo.
Dra. Claudionora Elis Tobias
Presidente do Conselho Municipal Afro, líder do Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil - Núcleo SJRP, diretora tesoureira da 22 Subseção da OAB