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RADAR ECONÔMICO

Existe tecnologia em todas as áreas de negócio?

Até mesmo na área de Recursos Humanos, a inovação tecnológica tem transformado a forma de conectar empresas e talentos, sem perder o olhar humano.

por Marina Zanurco
Publicado em 15/09/2025 às 22:10Atualizado em 16/09/2025 às 10:54
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Vivemos um tempo em que a tecnologia deixou de ser privilégio de grandes indústrias ou de empresas de ponta em inovação. Hoje, ela está presente em todas as áreas de negócio: na padaria que controla o caixa pelo celular, no pequeno comércio que faz vendas online e nas multinacionais que utilizam inteligência artificial para prever tendências de consumo. Mas será que realmente existe tecnologia em todos os segmentos?

A resposta é sim. A tecnologia deixou de ser somente uma ferramenta de suporte e se tornou parte da estratégia de qualquer empresa. Ela está no processo de vendas, no relacionamento com o cliente, na logística, na gestão de pessoas e até mesmo na forma como recrutamos e selecionamos profissionais.

Muitas pessoas ainda associam tecnologia somente a softwares complexos ou máquinas automatizadas. No entanto, até mesmo em setores onde o relacionamento humano é essencial, como recursos humanos e agências de emprego, a tecnologia tem sido uma aliada poderosa.

Ferramentas digitais possibilitam processos seletivos mais ágeis, assertivos e transparentes. Plataformas inteligentes cruzam informações de vagas e perfis, entregando candidatos alinhados às necessidades das empresas. Testes comportamentais online ajudam a conhecer melhor o profissional antes mesmo de uma entrevista presencial. Inteligência Artificial (IA) filtra currículos e otimiza tempo, permitindo que os recrutadores foquem na parte mais estratégica.

É importante compreender que a tecnologia veio para ajudar, e não para substituir. A inteligência artificial pode indicar perfis compatíveis, mas é o olhar humano que percebe nuances de comportamento, motivação e propósito. A máquina mostra os dados, mas o ser humano é quem interpreta e conecta histórias.

Muitas vezes, um currículo pode ser perfeito no papel, mas na conversa é possível perceber inseguranças ou talentos ocultos que nenhum algoritmo detectaria. Essa é a prova de que a tecnologia não deve eliminar a humanização. Pelo contrário: deve ampliá-la.

Em nossa agência, por exemplo, utilizamos IA para organizar as informações de centenas de currículos. Isso nos dá mais tempo para ouvir os candidatos, entender seus desafios e orientar sua jornada. A tecnologia garante eficiência, mas a humanização garante pertencimento.

Empresas que resistem à transformação digital arriscam ficar para trás. Mas aquelas que adotam a tecnologia sem olhar humano também erram. O grande diferencial competitivo está no equilíbrio: unir dados, métricas e inteligência artificial com empatia, escuta ativa e sensibilidade.

Hoje, além de medir o tempo médio de contratação ou a taxa de retenção, também é possível avaliar o engajamento do candidato, entender suas expectativas e acompanhar sua adaptação. Esses indicadores, aliados à proximidade humana, permitem decisões mais acertadas e relações de trabalho mais duradouras.

Quando pensamos em tecnologia, não devemos restringir sua aplicação a setores industriais ou altamente técnicos. Ela está em todas as áreas, moldando o futuro das empresas e oferecendo soluções que antes pareciam impossíveis. Mas é preciso lembrar que, sem humanização, a tecnologia perde seu propósito.

A verdadeira inovação está em compreender que dados e algoritmos ajudam, mas são as pessoas que transformam. A tecnologia pode ser a ponte, mas é o fator humano que constrói o caminho.

Marina Zanurco

Diretora da MaZa Agência de Empregos e Diretora da Rede de Benefícios da APETI