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Independência - 203 anos

O Brasil, com a separação, optou por preservar as características que existiam no período colonial

por Antonio Caprio
Publicado em 08/09/2025 às 18:44Atualizado em 09/09/2025 às 10:58
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Muitos foram os documentos elaborados para que se conseguisse a separação entre o Reino Unido e o Reino de Portugal e Algarves para que o Brasil pudesse alcançar a pretendida independência. Foram muitos os trâmites e as grandes distâncias eram impedimentos naturais que, de forma cuidadosa, acabaram por chegar aos momentos da real concretização, dando sustentação aos atos separatórios, onde os documentos levavam meses para serem lavrados e assinados conforme legislação em vigor.

No presente caso, depois de várias tratativas, a data fixada para a separação entre ambos os países, foi definida para o dia 7 de setembro de 1822, tendo-se como base o "grito do Ipiranga” que D Pedro I fez acontecer quando empreendia visita à casa da Marquesa de Santos em São Paulo. Seguidamente, em 12 de outubro de 1822, D. Pedro I foi aclamado Imperador do Brasil, sendo coroado e consagrado em 1º de dezembro de 1822 e o país passou a ser conhecido como Império do Brasil.

Em 1807, a Família Real e o governo português fugiram para o Brasil, acabando por elevar o Brasil à condição de Reino. Tendo que retornar a Portugal, e o rei João VI nomeou seu filho mais velho, Pedro de Alcântara de Bragança, como Príncipe Regente do Brasil (1821). Quatro anos depois, Portugal reconheceu a independência do Brasil e em 29 de agosto de 1825, foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre o Brasil e Portugal.

O Brasil, com a separação, optou por preservar as características que existiam no período colonial, a forma monárquica de governo, a dinastia de Bragança no poder, a unidade territorial, a economia agrária de exportação e a escravidão de origem africana.

O Brasil nasceu, politicamente, após a Revolução Francesa. O Liberalismo Político era o sistema vigente como Monarquia constitucional representativa e não absolutista. O Império adotou uma constituição para poder administrar o poder e gerir o reinado.

Graças à Constituição de 1824, todos os cidadãos se tornaram iguais perante a lei, ao menos no papel. Só tinha direito ao voto quem tivesse uma renda de 200 mil réis. Os demais eram considerados cidadãos de segunda categoria e os escravizados não eram cidadãos.

Houve confrontos armados. A independência não foi um processo pacífico. Volta e meia e confrontos de pessoas pipocavam em vários pontos do novo território do Brasil, com relativo número de mortos.

Em 1815 o Estado do Brasil foi elevado à condição de reino e com isto instalado um estado monárquico transatlântico e pluricontinental. Em 1821, Dom João VI foi obrigado a fazer um juramento à nova Constituição, deixando aqui o Príncipe Pedro de Alcântara como Regente do Reino do Brasil. Assim, a independência ficava cada dia mais próxima.

Movimentos visando a independência das terras reinos fervilhavam em todos os pontos do planeta e Pernambuco foi a primeira província brasileira a se separar, de fato e de direito, do Reino de Portugal. Em 29 de agosto de 1821, um movimento armado se levantou contra o governo do capitão-general Luiz do Rego Barreto, resultando na formação da Junta Goiana, saindo-se vitorioso com a derrota das tropas portuguesas com a rendição a 5 de outubro do mesmo ano. Nasce aí o Movimento Constitucionalista de 1821, sendo ele considerado o primeiro movimento com êxito na busca da independência do Brasil que só viria acontecer no dia 7 de setembro de 1822, exatamente há 203 anos de nosso tempo.

Antonio Caprio

Historiador, Tanabi. Ex-presidente do IHGG Rio Preto e ex-vice-presidente do Comdephact-Rio Preto, e membro inscrito da Sociedade de Veteranos da Revolução de 32 – Rio Preto