Mirassol e franchising – as lições que podemos aprender
Assim como o Mirassol não apostou em soluções rápidas, o franchising também aprendeu que não existe atalho para o sucesso

O sucesso nunca é obra do acaso. Ele nasce da soma de decisões consistentes, de planejamento e de respeito ao trabalho diário. Por isso, quando olho para a ascensão do Mirassol no Brasileirão e para a força do franchising brasileiro, vejo dois exemplos que dialogam entre si e mostram como a boa gestão transforma realidades.
A percepção fica ainda mais forte pela ligação profunda que temos com a cidade que sedia e dá nome ao time. Nasci em Mirassol, aqui me casei e é onde moro atualmente. E mais, também nasceu aqui a primeira pizzaria Bella Capri, que hoje, com muito carinho, trabalho e orgulho, é uma franquia de sucesso.
Desta forma, reflito sobre os dois temas que me são caros.
O Mirassol entrou no campeonato como azarão, mas rapidamente se tornou uma das sensações da temporada. Seu desempenho dentro de campo é apenas a ponta visível de um projeto que começou muito antes, com investimento em estrutura, modernização e visão de futuro. O clube entendeu que, para competir em alto nível, precisava consolidar um ambiente profissional, com um centro de treinamento que desse suporte ao desenvolvimento dos atletas e de uma gestão que pensasse a longo prazo, sem improvisos.
Esse caminho não é diferente do que vemos no franchising. O setor atravessa um período de expansão sólida, sustentada por pilares muito claros: capacitação, gestão profissional e ética. Redes que se preparam, treinam suas equipes, investem em processos e tratam a relação com franqueados de forma transparente conseguem crescer mesmo num cenário econômico desafiador.
Assim como o Mirassol não apostou em soluções rápidas, o franchising também aprendeu que não existe atalho para o sucesso. Franquias que prosperam são aquelas que combinam governança, padronização, inovação e diálogo permanente com seus operadores. São marcas que entendem que cada unidade precisa funcionar como um time, com clareza de papéis, metas definidas e apoio constante.
Outro ponto em comum é a disciplina financeira. O Mirassol chamou atenção justamente por fazer mais com menos, mantendo os pés no chão e investindo em ativos que realmente fortalecem sua jornada. No franchising, essa lógica é a mesma: redes que crescem com responsabilidade, sem promessas irreais ou expansão precipitada, criam negócios mais saudáveis e longevos.
E há ainda um elemento que une os dois exemplos: a ética. No futebol, ela aparece na forma de transparência na gestão, respeito ao planejamento e coerência nas escolhas. No franchising, ela é a base da relação entre franqueador e franqueado, garantindo confiança, previsibilidade e segurança para quem empreende.
Por último, a visão do futuro é compartilhada por ambos. Me lembro, ainda em 2024, de uma conversa com o amigo Junior Antunes, que está na direção do Mirassol há mais de 20 anos. Ele falava do sonho de estar na série A e ir além. Sonho que se concretizou um ano depois.
Crescer, expandir, construir o futuro, também é o sonho de quem empreende no mundo das franquias.
Quando observamos tudo isso, fica claro que Mirassol e franchising deixam uma lição simples e poderosa. Seja no campo ou no varejo, quem investe em estrutura, preparo e integridade, colhe frutos e marca o gol da vitória.
Guto Covizzi
Diretor da ABF Interior São Paulo e diretor de expansão da Bella Capri Pizzaria