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Multiversos

Mas e se qualquer uma dessas peças não tivesse sido exatamente como foi?

por Lawrence Garcia
Publicado em 06/10/2025 às 19:12Atualizado em 07/10/2025 às 11:32
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Você já deve ter se deparado com o conceito de multiverso em algum momento da sua vida, seja através da física quântica ou mesmo pelos diversos livros/filmes que abordam o assunto. De certa forma, o julgamento do ex-presidente Bolsonaro me trouxe de volta a reflexão sobre cadeias de eventos e como qualquer mudança nessas peças poderia trazer resultados completamente inesperados.

Desde 2015 tivemos: Dilma impopular se recusava a se curvar ao congresso -> Eduardo Cunha chantageou com pautas-bombas -> Lava Jato -> Impeachment -> Temer assume, ainda mais impopular -> Teori Zavascki morre e Alexandre de Moraes assume no STF -> Lula é preso pela Lava Jato -> Eleição de 2018 -> PT insiste em Lula e se recusa a compor com Ciro -> Todos ganham de Bolsonaro menos Haddad -> Facada: Bolsonaro é eleito -> Vaza Jato -> Lula é solto -> Pandemia e 700 mil mortos -> STF investiga atos antidemocráticos -> Eleição de 2022: Lula vence por margem mínima -> Tentativa de Golpe -> 08/01/23-> Julgamento e condenação dos envolvidos.

Mas e se qualquer uma dessas peças não tivesse sido exatamente como foi? Como estaríamos agora? Abaixo especulo 3 possíveis cenários:

1) Dilma se entendeu com Eduardo Cunha entregando o controle de FURNAS, as pautas-bombas cessaram, mas ela continuava impopular. O campo conservador se organizou em torno de Geraldo Alckmin, que foi para o 2º turno de 2018 contra Haddad e ganhou a eleição. Na pandemia, investiu na vacina, mas afrouxou conforme o mercado pressionava. Cerca de 400 mil mortos. Foi reeleito em 2022. Bolsonaro ficou em 4º lugar em 2018, em 3º em 2022 e estaria em 1º nas pesquisas para 2026;

2) Bolsonaro é reeleito em 2022 e agora está praticamente sem amarras. Aos poucos vai “moldando” a democracia à sua maneira, quando Trump volta ao poder em 2025. Esse processo se acelera: em 2026 acontece um autogolpe e o Brasil deixa de ser uma democracia;

3) Haddad se torna vice de Ciro Gomes em 2018, formando o que os dois classificaram como “dream team”. Vencem a eleição e começam um processo de renovação no campo progressista. Na pandemia, são rigorosos nos protocolos e no investimento na vacina brasileira. Resultado: Menos de 200 mil mortos. A resistência do congresso é brutal, mas mesmo assim conseguem aprovar pautas importantes e são reeleitos em 2022. Para 2026 Haddad assume a chapa e Ciro se aposenta.

E você? Prefere qual dessas versões de multiversos brasileiros? Consegue fazer uma versão sua? Se conseguir me mande que eu adoraria conhecer.

Lawrence Garcia

Especulador profissional