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O Brasil que alimenta e preserva

O vigor comercial do agronegócio brasileiro reflete os constantes ganhos em produtividade

por Daniel de Freitas
Publicado em 15/09/2025 às 18:45Atualizado em 16/09/2025 às 10:51
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Preservar o planeta Terra é uma causa que exige respeito, responsabilidade e ação de todos nós. Em todo o mundo, campanhas ambientais reforçam a urgência de cuidar dos recursos naturais e de adotar formas de convivência mais equilibradas com o meio ambiente. Nesse debate, muitas vezes se repete a ideia de que o agronegócio é inimigo da sustentabilidade.

Mas a realidade mostra o contrário: o agronegócio brasileiro tem se consolidado como um dos maiores aliados da preservação, ao mesmo tempo em que cumpre, com excelência, sua missão de alimentar milhões de pessoas dentro e fora do país. Longe de ser vilão, o setor agro é protagonista de uma história que une produção e equilíbrio ambiental.

O vigor comercial do agronegócio brasileiro reflete, sobretudo, os constantes ganhos em produtividade. Ao longo das últimas décadas, o setor mostrou que é possível aumentar a produção sem ampliar significativamente a área cultivada, numa combinação que favorece a preservação ambiental. Atualmente, a agricultura ocupa apenas 7,8% das terras do país, enquanto em muitas nações desenvolvidas essa média ultrapassa 50%. Ou seja, produzimos muito em uma área proporcionalmente pequena, preservando vastas extensões de florestas e biomas.

Esse avanço é fruto direto do contínuo investimento em tecnologia, pesquisa e inovação. O melhoramento genético de sementes, o uso racional de insumos, a mecanização inteligente e a capacitação da mão de obra têm permitido ao Brasil alcançar resultados impressionantes. Na safra de grãos 2024/25, por exemplo, foram produzidas 350 milhões de toneladas para uma população de 213,4 milhões de habitantes — o equivalente a mais de uma tonelada e meia de alimento por pessoa. Em outras palavras, nossa produção de grãos seria suficiente para alimentar quatro vezes a população brasileira, demonstrando claramente a eficiência e a capacidade do setor em gerar alimento em grande escala, sem comprometer a sustentabilidade.

E a força do agro não se limita aos grãos. O Brasil é também potência na produção de tubérculos, frutas, verduras, café, carnes bovinas, suínas, de frango, e avança cada vez mais na piscicultura, com destaque para peixes de água doce e frutos-do-mar que já conquistam espaço nos mercados interno e externo. Essa diversidade produtiva reforça o papel estratégico do país na segurança alimentar mundial.

Cabe a todos nós reconhecer, valorizar e fortalecer esse esforço coletivo que faz do agronegócio nacional um exemplo para o mundo.

Daniel de Freitas

Empresário, ex-presidente da Acirp