Diário da Região
RADAR ECONÔMICO

O Despertar do Potencial Turístico da Região Metropolitana Noroeste Paulista

por Célia Gomes
Publicado em 04/11/2025 às 21:03Atualizado há 11 horas
Célia Gomes (Célia Gomes)
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A Região Noroeste do Estado de São Paulo, composta por 117 municípios, estabelece uma fronteira vital com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Dentro deste vasto território, Rio Preto se destaca não apenas como o maior centro urbano, mas agora como a capital da recém-constituída Região Metropolitana (RM), formada por 37 municípios.

Regiões metropolitanas surgem como resposta à expansão urbana que transcende limites municipais, gerando problemas de infraestrutura e demandas por políticas públicas coordenadas. A consolidação da RM, encabeçada por São José do Rio Preto, sinaliza um passo crucial para a governança integrada desta aglomeração.

A pujança econômica da Noroeste paulista reside historicamente no comércio, tecnologia, agronegócio, indústria moveleira, joalheria e um robusto setor de serviços. Observa-se, contudo, uma emergente e promissora ênfase no turismo regional. A diversidade de atrativos deste território torna-o um candidato especial para a exploração turística coordenada.

É imperativa a elaboração de roteiros turísticos integrados para competir no mercado turístico, notoriamente exigente e consolidado. A mera existência de atrativos não basta. É indiscutível o desenvolvimento de um planejamento regional coeso, materializado em roteiros temáticos que articulem cidades com características complementares e apelos singulares.

A distância geográfica dos grandes polos emissores de turistas impõe um desafio que só pode ser superado pela oferta de experiências completas. O turista moderno busca a sensação de ter explorado significativamente o território visitado; roteiros integrados facilitam essa percepção de abrangência.

Um elemento geográfico fascinante da região é o curso do rio Tietê, um dos raros rios brasileiros que não deságua no mar. Nascendo na Serra do Mar e ganhando volume ao passar por áreas metropolitanas, o Tietê, ao alcançar a Noroeste paulista, revela um cenário de contrastes.

Enquanto trechos preservados, notadamente nas cidades de Sales, Adolfo e Mendonça, exibem águas límpidas e paisagens propícias ao lazer com prainhas de água doce, estruturas de quiosques e gastronomia, a realidade em outros pontos, especialmente próximos à São Paulo, reflete os desafios da poluição hídrica, com baixa oxigenação e ausência de vida aquática. A gestão e a recuperação destes trechos são cruciais para maximizar o potencial cênico e de lazer do rio.

A Estância Turística de Olímpia, o motor do lazer aquático, merece destaque especial por identificar o turismo como catalisador econômico. Com cerca de três milhões de visitantes anuais, impulsionados primariamente por seus parques aquáticos, a cidade atrai um público significativo do estado e de outras partes do Brasil. O sucesso de Olímpia foi alavancado pela modalidade da multipropriedade imobiliária, que, administrada por redes hoteleiras, garante um fluxo turístico constante. O planejamento futuro, que inclui a previsão de um aeroporto internacional, visa facilitar o acesso de turistas de países vizinhos, como Argentina e Peru, ampliando o alcance do destino.

Com infraestrutura e serviços de ponta, Rio Preto assume o papel de infraestrutura de apoio essencial para a RM. A cidade se consolida em investimentos imobiliários com condomínios residenciais de alto padrão e na saúde, oferecendo excelência em diversas especialidades médicas. Seu destaque também se estende ao setor educacional, com foco em tecnologia e medicina, atraindo serviços especializados.

Esta infraestrutura robusta, com hotelaria de qualidade, gastronomia diversificada e serviços especializados, é fundamental para atender a demanda turística, especialmente a gerada por eventos corporativos e médicos, que mantêm taxas de ocupação hoteleira saudáveis. Além disso, grandes eventos do agronegócio e shows musicais injetam dinamismo constante na economia local.

O desenvolvimento contínuo da Região Metropolitana depende da capacidade de unir as singularidades de seus municípios. Enquanto as cidades de médio e pequeno porte enfrentam desafios comuns de crescimento, a união sob a estrutura metropolitana e o foco estratégico no turismo integrado, aproveitando a força de polos como Olímpia e a infraestrutura de Rio Preto, são as chaves para garantir o bem-estar e a prosperidade de seus cidadãos.