Diário da Região
ARTIGO

Proteção às mulheres

Proteger uma mulher é proteger uma mãe, uma filha, uma amiga, uma trabalhadora, uma cidadã

por Lana Braga
Publicado em 23/06/2025 às 22:52Atualizado em 24/06/2025 às 09:04
Lana Braga (Lana Braga)
Lana Braga (Lana Braga)
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Proteger as mulheres não é apenas uma questão de segurança, é uma questão de justiça, de direitos humanos e de responsabilidade coletiva. Em um país onde os índices de violência de gênero continuam alarmantes, é urgente garantir que toda mulher possa viver com liberdade, dignidade e respeito.

A proteção à mulher começa com a conscientização: é preciso romper com o silêncio, com a cultura machista, com os discursos que culpabilizam a vítima e naturalizam a violência. Uma mulher não é agredida porque provocou, não é abusada porque se expôs, não apanha porque “mereceu”. Nenhuma justificativa sustenta o inaceitável.

A Lei Maria da Penha foi um marco importante no Brasil. Ela não apenas criou mecanismos de proteção, mas reconheceu que a violência contra a mulher pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. No entanto, mesmo com os avanços legais, muitas mulheres ainda enfrentam obstáculos para denunciar seus agressores, por medo, dependência financeira, vergonha, falta de apoio.

Por isso, a proteção à mulher precisa ir além da legislação. É necessário garantir acesso a delegacias especializadas, abrigos seguros, atendimento psicológico, orientação jurídica, acolhimento humanizado. Hoje o Instituto Maria na Comunidade faz todo esse acolhimento, mas é preciso fortalecer as redes de apoio, os Centros de Referência da Mulher, os serviços de assistência social, os canais de denúncia.

Mas proteção também é prevenção. Significa trabalhar desde cedo com educação para igualdade de gênero, respeito às diferenças e combate ao machismo estrutural. Significa ensinar meninos a não serem violentos e meninas a reconhecerem seus direitos. Significa envolver escolas, famílias, instituições, mídia e toda a sociedade no enfrentamento à violência.

Proteger uma mulher é proteger uma mãe, uma filha, uma amiga, uma trabalhadora, uma cidadã. É garantir que nenhuma seja silenciada, ferida ou morta por ser quem é. É entender que a luta das mulheres por segurança, respeito e igualdade é uma luta de todos nós.

A violência contra a mulher não é um problema privado é um problema social. E a solução só virá quando cada um assumir seu papel na construção de um mundo onde ser mulher não seja sinônimo de risco.

Proteger as mulheres é urgente. É necessário. É inegociável.

Lana Braga

Educadora social, bacharel em Direito, especialista em violência doméstica e fundadora do Instituto Maria na Comunidade