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ARTIGO

Um olhar sobre a população mundial

Segundo a ONU, promover o desenvolvimento sustentável exige um planejamento integrado

por José Mário Ferreira de Andrade
Publicado em 05/12/2025 às 18:30Atualizado em 06/12/2025 às 11:58
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Em 17 de novembro de 2025, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou o relatório Perspectivas da Urbanização mundial que acompanha a distribuição populacional em mais de 12.000 assentamentos urbanos.

A urbanização está mudando como e onde as pessoas vivem, trabalham e constroem comunidades. 45% da população mundial (3,7 bilhões de pessoas) vivem nas áreas urbanas. Até 2050, 2/3 do crescimento populacional ocorrerá nas cidades. A situação em 1950 era radicalmente diferente, quando apenas 20% da população mundial vivia em cidades e 40% em vilas.

O número de cidades com 10 milhões de habitantes ou mais quadruplicou, passando de apenas oito em 1975 para 33 em 2025. Mais da metade dessas novas megacidades estão na Ásia. Jacarta, na Indonésia, com quase 42 milhões, tornou-se a cidade mais populosa do mundo.

Com exceção do Cairo, as 10 maiores cidades do mundo estão na Ásia, mas a atual classificação provavelmente mudará em breve, já que Daca (10 milhões de habitantes), em Bangladesh, cresce muito rapidamente. O mundo também deverá ter sete novas megacidades até 2050, incluindo Kuala Lumpur e Adis Abeba.

Embora as megacidades estejam em ascensão, a maioria das pessoas ainda vive nas cidades com população entre 50 e 250.000 habitantes. O crescimento populacional futuro se concentrará em apenas sete países: Índia, Nigéria, Paquistão, Congo, Egito, Bangladesh e Etiópia adicionarão 500 milhões de habitantes urbanos até 2050.

3.000 cidades, a maioria com menos de 250.000 habitantes, diminuíram de população entre 2015 e 2025. Megacidades como a cidade do México (10 milhões) e Chengdu (21 milhões) estão diminuindo!

Embora a tendência global seja a vida urbana, 2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas semidensas, 40% delas, ou 1,23 bilhão, na Índia e na China.

Em 1975, as áreas rurais representavam o tipo de assentamento mais comum em 116 países, mas hoje é de apenas 62. A área média construída por pessoa aumentou de 44 para 63 metros quadrados.

Segundo a ONU, promover o desenvolvimento sustentável exige um planejamento integrado que trate cidades, vilas e as áreas rurais como um sistema único, interconectado e interdependente.

Esse olhar da ONU para o desenvolvimento sustentável nos remete ao nosso próprio umbigo: pelo menos 30.000 pessoas sobrevivem nas áreas periféricas de Rio Preto, com muita poeira (na estiagem), lamas (nas chuvas) e falta de redes públicas de água e de esgotos sanitários. Urge reverter esse quadro!

José Mário Ferreira de Andrade

Engenheiro civil e sanitarista.