Diário da Região
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Laicidade

por Da Redação
Publicado há 21 horasAtualizado há 20 horas
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Antes, um ilustre vereador propôs que o "Padre-Nosso" fosse obrigatório nas escolas. Sabia que era ilegal. Mas o importante era ser alvo de comentários e adular um possível eleitorado.

Um antigo projeto do ex-prefeito, com o endosso da ilustre Câmara de Vereadores, obrigava que nos acervos das bibliotecas públicas houvesse exemplares da Bíblia. Argumentou a preclara Procuradoria-Geral do município "que não houve ofensa à laicidade, uma vez que a Bíblia é um livro que possui valor histórico e cultural, além de religioso, e sua presença em bibliotecas públicas permite o acesso à cultura e à informação, sem impor qualquer tipo de discriminação ou proselitismo religioso" (literal). Não se ruborizaram? Talvez devessem.

Sem discriminação e com responsável coerência, colocar com igual disponibilidade os livros sagrados do Corão (islâmico), Tripitaka (talvez o principal entre os budistas), Talmude judaico ou o Avesta/Gathas, do zoroastrismo.

Aproveito para fazer uma referência ao político, tributarista, jurista, professor e ex-presidente do Supremo, dr. Aliomar Baleeiro. Embora com tintas conservadoras, era implacável pela legalidade e impressionava por sua coragem pessoal. Simplesmente determinou que se retirasse do plenário o monumento de Cristo. Não é difícil imaginar a confusão, chuvas de protesto e ameaças (físicas até) que se multiplicaram. No entanto, não mudou um milímetro de sua posição que ele dizia "não ser uma teimosia e vaidade, mas convicção plena de honestidade intelectual".

Saiu da presidência e o Cristo voltou...

Apesar do populismo político-religioso ultraconservador marchar cada vez mais forte nestes nossos tempos atuais, a decisão do Tribunal nos dá alento que ainda não conseguiram apagar todas as luzes da civilidade. Há alguma esperança.

Luiz Melo, Rio Preto

Adultização

Sobre a reportagem "Projeto proíbe adultização e sexualização de crianças em eventos em Rio Preto", no Estatuto da Criança e do Adolescente já existe isso. O que se necessita é que ele seja cumprido!

Proponho uma melhor atuação e uma maior parceria com a Vara da Infância e Juventude, com o dr. Pelarin e o dr. André Luiz. Ajude a fortalecer a Justiça Restaurativa, inclusive com emendas parlamentares a projetos que são desenvolvidos lá.

Existem pontos importantes a serem debatidos e a Casa de Leis pode ser grande parceira!

Alex Cardoso, via Facebook