Apostando na esperança
Programa da Vara da Infância e da Juventude aposta no rompimento do ciclo da violência, com menos reincidência, mais qualificação e mais esperança

Desenvolvido na Fundação Casa de Rio Preto, o programa "Start Tech – Transformando Vidas pela Tecnologia", uma parceria entre a Vara da Infância e da Juventude, a Apeti (Associação dos Profissionais de Tecnologia da Informação) e o Instituto Rodobens, conquistou o 1º lugar no Prêmio Prioridade Absoluta 2025, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Mais do que o reconhecimento nacional em si, o que realmente importa é a união de esforços para mudar o presente e o futuro de jovens infratores por meio da inclusão digital.
Em tempos em que a violência e a exclusão social ainda marcam profundamente a juventude brasileira, iniciativas como o Start Tech reacendem uma esperança concreta: a de que a educação e a oportunidade podem ser ferramentas poderosas de transformação. O projeto não apenas ensina informática ou noções de programação, mas devolve a esses jovens algo mais essencial: a perspectiva de um futuro longe da criminalidade.
Ao premiar o programa, o CNJ reconhece que o verdadeiro caminho para a segurança pública está na reconstrução de trajetórias. Como bem aponta o juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, a capacitação técnica e o estímulo às chamadas soft skills - como ética, trabalho em equipe e responsabilidade - são pontes para uma reintegração efetiva.
Mas nenhuma dessas conquistas seria possível sem a mobilização de uma sociedade que entende seu papel no processo de transformação. O envolvimento de instituições privadas, profissionais voluntários e do próprio Judiciário mostra que a responsabilidade pela inclusão social é coletiva.
O Start Tech aposta no rompimento do ciclo da violência, com menos reincidência, mais qualificação e mais esperança. É fundamental que o exemplo de Rio Preto inspire outras cidades e instituições a criar suas próprias pontes entre o isolamento e a oportunidade.
O programa mostra que a tecnologia pode ser mais do que ferramenta de trabalho, mas um instrumento de resgate humano. E que, ao apostar na esperança, a sociedade ganha muito mais do que prêmios: ganha cidadãos de volta.