Caindo pela tabela
Como todo ranking, o IDSC deve servir de base para que o município faça uma análise criteriosa sobre seus pontos fracos e, assim, corrija a rota

Da 30ª para a 282ª posição: essa foi a queda, entre 2022 e 2025, de Rio Preto no ranking do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC). A cidade despencou vertiginosamente no levantamento que examina como os 5,5 mil municípios brasileiros estão lidando com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O ODS faz parte de um plano global para construir um futuro mais justo e sustentável até 2030 e leva em consideração indicadores como erradicação da pobreza e da fome, saúde, educação, igualdade de gênero, água potável, energia limpa, trabalho decente, ação climática e vida na água e na terra.
Como todo ranking, ele deve servir de base para que o município faça uma análise criteriosa sobre seus pontos fracos e, assim, corrija a rota. De qualquer maneira, a queda de 252 posições em um período de apenas quatro anos revela que Rio Preto tem ido de mal a pior.
Entre os indicadores, a cidade aparece com desempenho alto ou muito alto em saúde pública; água potável e saneamento; energias renováveis; comunidades sustentáveis; produção e consumo sustentáveis; ação climática e proteção à vida na água.
Por outro lado, Rio Preto peca em erradicação da fome; igualdade de gênero; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; proteção à vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias para a implementação dos objetivos. Procuradas pelo Diário, as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, além do Semae, recusaram-se a comentar a queda do município no ranking.
Fato é que ignorar os problemas não faz com que eles desapareçam. Faz-se urgente que as pastas competentes se debrucem sobre este e outros indicadores, para que possam dar uma resposta mais efetiva - não à ONU, evidentemente, mas à população, mostrando sua preocupação em garantir qualidade de vida aos rio-pretenses.
A cidade que ambiciona ser referência em inovação e desenvolvimento não pode fechar os olhos para métricas que revelam desigualdade, desorganização e falta de planejamento. Rankings como o IDSC não são meros números, mas espelham uma realidade que exige cooperação e metas claras. Se Rio Preto quiser retomar o protagonismo perdido, precisará começar pelo básico, reconhecendo suas fragilidades, enfrentando os desafios e, sobretudo, planejando o futuro com responsabilidade e ação.