Diário da Região
PAINEL DE IDEIAS

Tributo à credibilidade

No meio de tantas “fake news”, o Diário, com seu jornalismo sério, age como um farol iluminando ao relatar, analisar, criticar e reconstituir a verdade dos fatos

por Toufic Anbar Neto
Publicado em 22/07/2025 às 21:27Atualizado em 23/07/2025 às 08:28
Toufic Anbar Neto (Toufic Anbar Neto)
Toufic Anbar Neto (Toufic Anbar Neto)
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O Diário surgiu no dia 23 de julho de 1950, exatamente uma semana depois da final da Copa do Mundo mais traumática que já existiu. A cidade já era importante. Seu desenvolvimento sempre foi bem significativo. O Diário acompanhou tudo isso, pois é um jornal que retratou a cidade mudar e florescer. Pode-se dizer que o jornal e a cidade cresceram juntos, lado a lado. Impossível separar um do outro.

O Diário é o guardião da memória não só rio-pretense, mas também da região e do País, pois conserva as histórias, pequenas e grandes, que constroem a identidade de um povo, de um tempo. Ele é o espelho onde o leitor se enxerga e também uma bússola, que orienta, forma e informa. Tem a consciência de que aquilo que publica hoje será a memória de amanhã. É um legado não só do jornal, mas de uma época.

Um jornal é um guardião da verdade em um mundo que vive em ritmo alucinante, muito barulhento, de versões duvidosas. No meio de tantas “fake news”, o Diário, com seu jornalismo sério, age como um farol iluminando ao relatar, analisar, criticar e reconstituir a verdade dos fatos. É o que ele sabe fazer de melhor. Com isso, combate o negacionismo, o revisionismo raso e a manipulação ideológica.

O Diário tem uma forte pegada de responsabilidade social. Apura de forma rigorosa e criteriosa, por vezes deixando de publicar um “furo” por não ter a devida checagem. Mantém a prática da escuta plural, dando voz àqueles que não têm muitas oportunidades de se manifestar. Não se abstém de publicar a notícia desconfortável, ainda que possa contrariar interesses das mais diversas naturezas. É o que primeiro denuncia, fiscaliza e, principalmente, dá nome aos problemas. Não se curva às pressões do poder e não se entrega ao sensacionalismo nem ao imediatismo viral.

Sou um privilegiado! Leitor e assinante há mais de 40 anos, testemunhei a evolução e a história da cidade e do País pelas páginas do Diário. Ainda sou da “turma do papel”, embora leia a versão digital quando estou em viagem. É a primeira tarefa do dia: ler o Diário. Não dá para me imaginar com uma rotina diferente. Além disso, há dez anos que convivo com a equipe do Diário ao escrever quinzenalmente no “Painel de Ideias”. Ostento essa graça no meu currículo com muito orgulho.

Confiança não se compra: se constrói, edição após edição. O Diário é um tributo ao jornalismo. Com uma estrutura editorial robusta, um time de jornalistas de “braço forte” e uma equipe de apoio afinada, persiste após 75 anos num País tão inconstante. Permanece fiel ao seu princípio: informar com honestidade. Com isso, credencia-se como um dos principais jornais do país. Ombreia-se com os grandes. Parabéns à família Buzzini e a todos do Diário. Parabéns, Rio Preto. Viva a imprensa livre!

TOUFIC ANBAR NETO

Médico-cirurgião, diretor da Faceres, escritor e membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura (Arlec). Escreve quinzenalmente neste espaço às quartas-feiras