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SUPREMO

Com placar em 2 a 0 pela condenação, julgamento de Bolsonaro será retomado nesta quarta

Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação do ex-presidente e de outros sete réus do núcleo crucial de tentativa de golpe de Estado; julgamento será retomado com o voto de Luiz Fux

por Agência Estado
Publicado em 09/09/2025 às 17:19Atualizado em 09/09/2025 às 20:19
Flávio Dino, ministro do STF (Luiz Silveira/STF)
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Flávio Dino, ministro do STF (Luiz Silveira/STF)
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu nesta terça-feira, 9, o segundo voto para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros sete réus do “núcleo crucial” da trama golpista por todos os cinco crimes imputados a eles na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Mais cedo, Alexandre de Moraes também havia votado pela condenação.

Com o posicionamento de Flávio Dino, Bolsonaro e seus aliados ficam a um voto da condenação. O julgamento acontece na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros. A votação está prevista para terminar na sexta, 12.

Além do ex-presidente, respondem ao processo Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

As penas serão definidas ao final da votação, se houver maioria a favor da condenação - elas poderão chegar a até 43 anos de prisão.

Dino antecipou que vai sugerir dosimetrias mais duras para Bolsonaro e para Braga Netto, que na avaliação dele exerceram “papel dominante” no plano de golpe.

Para o ministro, embora todos os réus tenham participado da conspiração golpista, os níveis de envolvimento e culpa são diferentes. Segundo ele, ​Paulo Sérgio, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem tiveram “participação de menor importância”.

Próximos passos

Com o placar em 2 a 0 pela condenação, o julgamento foi suspenso e retorna nesta quarta-feira, 10, a partir das 9h, com o voto do ministro Luiz Fux.

Depois, votam Cármen Lúcia e, por último, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.