Manifestantes vão às ruas contra a PEC da Blindagem
Protestos acontecem ao longo do dia em mais de 30 cidades pelo Brasil, mobilizados por movimentos ligados ao PT e ao PSOL, e contam com a presença de artistas como Djonga, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan; em Brasília, José Dirceu criticou duramente o Congresso

Artistas, políticos e movimentos sociais reúnem-se em protestos em várias cidades brasileiras neste domingo, 21. A pauta, que reúne apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é o combate à chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara na última semana, e à tentativa de anistia a envolvidos em tentativa de golpe de Estado.
Em Brasília, a manifestação começou às 10h e seguiu marcada por críticas ao Congresso e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tido como um dos principais beneficiários da PEC da anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) também é citado.
Os manifestantes carregavam faixas com dizeres como “Congresso inimigo do povo”, “sem perdão para golpistas” e “sem anistia”. Um dos participantes do ato estimou, do caminhão de som, a presença de 30 mil pessoas. As forças de segurança pública ainda não lançaram estimativa de público.
Durante o ato, o ex-ministro José Dirceu (PT) fez críticas duras ao Poder Legislativo. “Para mudar esse País, temos que mudar o Congresso Nacional”, afirmou.
Protestos acontecem ao longo do dia em mais de 30 cidades pelo Brasil, mobilizados por movimentos ligados ao PT e ao PSOL, e contam com a presença de artistas como Djonga, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan.
Em Salvador, a manifestação envolveu uma caminhada do Farol ao Cristo, com um trio puxado pela cantora Daniela Mercury, que se manifestou nas redes. “Estamos na rua! Contra a PEC da Bandidagem e da Anistia. Salvador dando exemplo de luta pela democracia”, escreveu. O ator Wagner Moura também subiu ao trio e afirmou que “aqui, a extrema-direita não se cria”.
A expectativa é de que os maiores atos ocorram na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em frente ao Masp, em São Paulo. Ambos estão marcados para a tarde.
Os atos mobilizados pela esquerda no país miram o Congresso, com críticas duras ao projeto da anistia a golpistas e à proposta de emenda à constituição que ganhou o apelido de PEC da Blindagem, por dificultar a responsabilização criminal de parlamentares.
Publicidade
A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, 16, com adesão massiva do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e também de outros partidos de oposição ao governo Lula. O PT, por sua vez, liberou a bancada e teve 12 deputados votando a favor da proposta no primeiro turno. Dois deles mudaram de posição na segunda rodada.
O texto da PEC diz que deputados e senadores só poderão ser presos em caso de flagrante por crime inafiançável, amplia o foro privilegiado e ainda restringe processos criminais contra os parlamentares.
Ela segue para aprovação do Senado. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta, sinalizou que se posicionará pela rejeição.
Já o projeto de anistia ainda segue na Câmara. Na última quarta-feira, 17, a Câmara aprovou urgência do tema. Na quinta, 18, o presidente da Casa, Hugo Motta, oficializou Paulinho da Força como relator do projeto.
Este texto segue em atualização ao longo do dia.