Foragido, empresário de Rio Preto é preso na Itália pela Interpol
Homem condenado a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio era monitorado pelo Ministério Público

Policiais da Interpol prenderam nesta terça-feira, 21, na Itália, o empresário rio-pretense Marlon Gerolim, foragido desde 2022, após ser condenado a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio.
De acordo com o promotor Horival Marques de Freitas Junior, o réu foi encontrado na cidade de Turim, após trabalho de monitoramento do Ministério Público de Rio Preto.
"Identificamos que ele deixou o Brasil no dia 7 de novembro de 2022, pelo aeroporto internacional de Guarulhos. A viagem foi realizada um mês antes do Júri Popular, agendado para dezembro daquele ano. Fomos seguindo o rastro dele e, após identificarmos indícios de que estaria em Turim, acionamos o Núcleo de Apoio Especializado em Criminalidade Organizada, Lavagem de Dinheiro e Corrupção (NUCRIM), órgão vinculado ao Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrim), para obter difusão vermelha e contar com apoio nas tratativas com a Interpol”, disse.
De acordo com o MP, com a captura do foragido, o NUCRIM auxiliará nos procedimentos de extradição no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) e no Ministério das Relações Exteriores.
“Quando se atua em tribunal do júri, a gente tem uma dimensão maior da dor das vítimas e de seus familiares, bem como do nosso frágil sistema de leis. Muitas vezes, não conseguimos responder à altura de tanta injustiça e crueldade, mas, neste caso, a aflição foi aplacada. Que essa família possa, finalmente, virar essa página”, afirmou Horival.
O caso
Em 2005, o comerciante Ricardo Alexandre da Silva foi violentamente espancado por dois homens durante uma discussão por som alto, no bairro São Judas Tadeu.
Segundo denúncia do promotor Marcos Antônio Lelis Moreira, Ricardo era vizinho de um estabelecimento comercial e estava incomodado com a música alta de uma Saveiro estacionada em frente ao local. O veículo pertencia a Marlon.
O morador, que tinha uma filha de 5 meses na época, reclamou da sacada, mas foi ignorado. Como já passava da meia-noite e era dia de semana, ele desceu para pedir silêncio, mas acabou espancado, segundo a polícia, por dois clientes: o empresário Marlon e o supervisor de vendas Marcos Zanchetta do Nascimento. O homem foi internado em estado gravíssimo e sofreu sequelas permanentes, como a perda da audição de um ouvido e a ausência de paladar.
Julgado em 2014, Zanchetta foi condenado a 10 anos de prisão e já cumpriu a pena.
Em razão de inúmeros recursos, Gerolim só foi julgado em 2022, mas não compareceu ao júri popular.
Após ser condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, ele teve a prisão preventiva decretada e estava foragido desde então.
A reportagem ainda não localizou a defesa do empresário.