MP denuncia trio por morte de estudante da Unesp de Ilha Solteira
Dois dos réus - Marcos Yuri Amorim e Roberto Carlos de Oliveira - são acusados de feminicídio

A promotora de Justiça Laís Bazanelli Marques Deguti, de Ilha Solteira, denunciou três homens envolvidos na morte de Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, que desapareceu no dia 12 de junho ao sair do campus 2 da Unesp de Ilha Solteira. Dois dos réus - Marcos Yuri Amorim e Roberto Carlos de Oliveira - são acusados de feminicídio praticado para assegurar a impunidade de outros delitos, além de ocultação de cadáver e fraude processual. Já o terceiro envolvido, Paulo Henrique Messa, responde pelos dois últimos crimes.
A denúncia já foi aceita pela Justiça e o trio se tornou réu.
De acordo com a denúncia, a vítima, uma mulher trans, e Marcos Yuri estudavam na Unesp de Ilha Solteira e mantinham um relacionamento conturbado. O homem não assumia publicamente o namoro e se envolvia com outras pessoas, o que gerava brigas frequentes. Em mensagens enviadas a uma amiga meses antes do crime, a mulher relatou que vinha sendo ameaçada e chegou a afirmar que, se algo acontecesse a ela, o responsável seria o companheiro. Poucos dias antes da morte, a vítima criou um arquivo digital contendo informações comprometedoras sobre o acusado em relação a crimes anteriores.
Segundo apuração da Promotoria, no dia 12 de junho, a vítima foi ao sítio do homem com quem se relacionava, onde foi atacada e morta. Ambos haviam apresentado juntos, na mesma manhã, um trabalho acadêmico na universidade. Roberto Carlos, o outro denunciado por feminicídio, chegou pouco depois ao local e, conforme o Ministério Público, aderiu à conduta criminosa, ajudando a ocultar o corpo. Ele mantinha relacionamento amoroso com Marcos Yuri. Após o homicídio, os dois se desfizeram de evidências, destruíram objetos e limparam vestígios de sangue. Até o momento, o corpo da mulher não foi encontrado.
A Promotoria sustenta que o crime foi cometido com o objetivo de garantir a impunidade do principal acusado em relação a outros ilícitos. O Ministério Público também aponta que os envolvidos alteraram a cena do crime e eliminaram provas digitais para dificultar as investigações.
Além de oferecer denúncia à 1ª Vara Judicial da Comarca de Ilha Solteira, a promotora requereu a manutenção das prisões preventivas dos acusados já detidos e a decretação da prisão do terceiro envolvido - denunciado por atrapalhar as investigações e ajudar a destruir provas da ocultação de cadáver.