Os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que os dez políticos mais ricos do Brasil somam um patrimônio que ultrapassa R$ 4,9 bilhões. A lista, formada exclusivamente por homens, reúne empresários, herdeiros de grandes grupos econômicos e figuras tradicionais da política brasileira. Apesar do volume impressionante de recursos, a maioria dos nomes não conquistou vitórias nas urnas em 2022.

Perfil dos mais ricos: empresários, baixa escolaridade e poucas vitórias eleitorais
O levantamento mostra que os políticos do topo do ranking têm trajetórias semelhantes:
- Seis deles são empresários,
- Oito se declaram brancos,
- Quatro têm ensino superior, enquanto a maioria concluiu apenas o ensino médio.
A fortuna, no entanto, não se converteu em sucesso eleitoral. Dos dez nomes mais ricos, cinco não se elegeram, dois tornaram-se suplentes e apenas três conquistaram cargos públicos.
Erros de declaração revelam patrimônio inflado em alguns casos
O TSE também identificou erros de preenchimento que chegaram a colocar políticos na lista dos bilionários de forma equivocada. Entre os equívocos, houve o caso de um Fusca 1975 avaliado em R$ 3 milhões e o de uma casa simples registrada como se valesse R$ 300 milhões. Após a correção dos dados, apenas um político manteve status bilionário.
Marcos Ermírio de Moraes: o único bilionário do ranking
Herdeiro do Grupo Votorantim, Marcos Ermírio de Moraes, do PSDB de Goiás, aparece no topo da lista com mais de R$ 1,2 bilhão declarados. Ele disputou o cargo de 2º suplente ao Senado, mas não se elegeu.
Seus bens incluem rebanho bovino, aeronaves, imóveis e patrimônio societário sólido. A tradição familiar na política também pesa: seu avô foi senador e ministro da Agricultura.
Paulo Octávio reaparece entre os mais ricos com mais de R$ 600 milhões
O ex-vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (PSD), figura em segundo lugar com um patrimônio declarado superior a R$ 618 milhões, concentrado principalmente em ativos financeiros. Conhecido pela atuação no setor imobiliário, ele já ocupou cargos como senador e deputado federal.
Apesar do histórico de denúncias do “mensalão do DEM”, Paulo Octávio foi absolvido pela Justiça em 2023.
Luiz Osvaldo Pastore e o salto de mais de 2.000% no patrimônio
O empresário Luiz Osvaldo Pastore (MDB), do Espírito Santo, ocupa a terceira posição. Seu patrimônio cresceu expressivos 2.188% entre 2014 e 2022. Ele já disputou eleições no Brasil e até na Itália, além de concorrer a um cargo na diretoria do Palmeiras.
Ailson Trindade e a fortuna que cresceu de R$ 15 mil para R$ 448 milhões
A trajetória de Ailson Souto da Trindade (PP), suplente na Alepa, chama atenção pelo rápido aumento de patrimônio em dez anos: de R$ 15 mil em 2012 para R$ 448 milhões em 2022.
A declaração inclui cerca de R$ 39 milhões em moeda estrangeira e um terreno avaliado em R$ 390 milhões. Ele já foi citado em denúncias envolvendo o MEC, que seguem sob apuração.
Empresários do Sul e Sudeste dominam a faixa intermediária do ranking
Outros nomes reforçam o peso de grandes grupos empresariais na política:
- Antídio Lunelli (MDB-SC), do setor têxtil,
- Otaviano Pivetta (Republicanos-MT), empresário agrícola e vice-governador,
- Roberto Argenta (PSC-RS), dono da Calçados Beira Rio,
- Vittorio Medioli (PSD-MG), do Grupo Sada e ex-prefeito de Betim.
Todos possuem fortunas entre R$ 350 milhões e R$ 390 milhões, com forte presença de cotas empresariais e investimentos.
Encerrando o ranking: setor de atacarejo também marca presença
Na décima posição, aparece Teobaldo Luís da Costa (DEM-BA), fundador do Atakarejo, com patrimônio superior a R$ 341 milhões. O empresário tentou se eleger prefeito de Lauro de Freitas, mas não conquistou o cargo.





