Rusokastro, hoje uma aldeia com apenas 1.133 habitantes, já foi uma das maiores e mais importantes cidades do sul da Bulgária. Com cerca de 52 acres de extensão, ela funcionava como um grande centro urbano fortificado, ocupando posição estratégica na fronteira com o Império Bizantino.
Desde o século VI, a área era reconhecida como ponto de defesa, e no século IX passou a ser oficialmente uma fortificação búlgara. Durante o reinado de Ivan Asen II, a cidade foi totalmente reconstruída.
Antigas estruturas foram demolidas e novas muralhas, portões fortificados, torres e sistemas de abastecimento foram erguidos. A intenção era fortalecer a região e consolidar Rusokastro como a principal cidade de proteção do território búlgaro, além de manter domínio sobre as rotas próximas ao Mar Negro.

Importância militar e transformações ao longo da história
No século XIII, tropas bizantinas reforçaram a fortificação da cidade, mas em 1304 a população local retomou o controle, devolvendo o território aos búlgaros. Em 1332, Rusokastro foi palco da batalha entre Ivan Alexandre e Andrônico III Paleólogo.
A vitória búlgara resultou em um tratado que ampliou os domínios do país ao sul da cordilheira Stara Planina, reforçando o papel estratégico da cidade. Além de sua função militar, Rusokastro também se destacou como centro comercial. Registros do geógrafo Muhammad al-Idrisi, dos séculos XI e XII, indicam que a região movimentava mercadorias e rotas de circulação importantes.
Documentos otomanos dos séculos XV ao XVIII confirmam que o local permaneceu ativo administrativamente ao longo dos anos. Após a Guerra Russo-Turca de 1877-1878, a aldeia foi incorporada à Rumélia Oriental e anexada oficialmente à Bulgária após a Unificação de 1885. Com o passar do tempo, perdeu relevância urbana e populacional.





