Adormecer em poucos minutos parece uma vantagem, mas pode indicar privação crônica de sono, segundo o neurologista Conrado Estol. Ele afirma que muita gente confunde rapidez com saúde.
O especialista alerta que quase 40% da população não dorme o suficiente e que controlar obsessivamente o sono pode gerar ainda mais insônia. Estol explica que o descanso passa por etapas essenciais, como sono leve, profundo e REM, cada uma com funções específicas.

Ele diz que a memória é consolidada durante a noite. As emoções também são processadas, enquanto hormônios importantes, como o do crescimento, são liberados no organismo.
Pesquisas como o UK Biobank indicam que sete horas de sono formam a quantidade ideal para adultos. Dormir menos de seis ou mais de nove aumenta riscos à saúde.
Como o sono muda e o que pode prejudicá-lo
Entre os problemas citados estão maior probabilidade de demência e doenças cardiovasculares ao longo da vida. O neurologista comenta que o sono profundo diminui com a idade, o que favorece o acúmulo de proteínas ligadas ao Alzheimer.
Ele menciona que esse processo é silencioso. A baixa qualidade do descanso reduz a eficiência do sistema glinfático, responsável por limpar resíduos do cérebro.
Há hábitos que atrapalham esse mecanismo, como estresse, cafeína, álcool e refeições pesadas à noite. Estol recomenda manter horários fixos de sono para evitar desequilíbrios.
Rotinas previsíveis ajudam o corpo a reconhecer o momento de desligar, aumentando as chances de um sono realmente reparador. Outro ponto destacado é a apneia, distúrbio que reduz a oxigenação e afeta a concentração.
Ele lembra que o problema eleva o risco cardiovascular. A boa notícia é que dispositivos como o CPAP conseguem melhorar a qualidade do sono e aliviar sintomas intensos.
Para cochilos, Estol orienta limitar o tempo a menos de 30 minutos, evitando impacto no descanso noturno. Essa medida ajuda a preservar o ciclo natural do sono.





