Em 2017, Salinas, no norte de Minas Gerais, sediou o Festival Mundial da Cachaça, evento anual que destacou a cidade como a Capital Nacional da Cachaça.
Esse município, localizado a cerca de 700 quilômetros de Belo Horizonte, abrigou cerca de 50 alambiques, dos quais 25 receberam o Selo de Indicação Geográfica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A tradição cachaceira, passada de geração em geração, refletiu a influência baiana na região, que começou a florescer na década de 1940 com a chegada de produtores como Anísio Santiago.
Economia Movida pela Produção Artesanal
A produção de cachaça em Salinas movimenta aproximadamente R$ 3 milhões anualmente, segundo dados da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs) até 2017. Esse valor destacou o setor como pilar econômico local, impulsionado pela extração de cana e processos artesanais.
Marcas acessíveis, como a Seleta, custavam R$ 28 a garrafa e produziram 2 milhões de litros por safra, enquanto opções premium, como a Havana, alcançaram R$ 470, com volumes menores de 10 a 14 mil litros.
Esses produtos não apenas geraram renda, mas também elevaram o nome de Salinas no cenário nacional.
Qualidade e Certificações que Distinguiram a Região
A cachaça de Salinas ganhou reconhecimento internacional com certificações do INPI em 2012, semelhante às de Paraty (RJ) em 2007. O Selo de Indicação Geográfica assegurou que as características únicas, como o terroir local e métodos de produção, fossem preservadas.
Produtores como Renata Rodrigues, da Seleta, enfatizaram que o selo diferenciou o produto mineiro, garantindo autenticidade e qualidade superior.
Já Geraldo Santiago, da Havana, destacou o envelhecimento em dornas de madeira antigas, com mais de 60 anos, que conferiram sabor potente e tradicional às bebidas.





