O Brasil colonial testemunhou uma busca incessante por riquezas minerais desde os primeiros contatos europeus. Exploradores portugueses aventuraram-se em terras desconhecidas, motivados por lendas de metais preciosos que poderiam enriquecer a Coroa.

O Pico do Jaraguá e a Primeira Descoberta
O Pico do Jaraguá, localizado na zona oeste de São Paulo, emergiu como o local da primeira mina de ouro do Brasil. Situado a mais de mil metros de altitude, esse morro serviu inicialmente como ponto de transmissão de antenas de televisão, mas sua história remonta ao século XVI.
Muito antes das famosas minas de Minas Gerais, garimpeiros identificaram jazidas auríferas nessa região, inaugurando o ciclo de exploração no país.
Expedições Iniciais e Frustrações
No início da colonização, cartas como a de Pero Vaz de Caminha expressaram decepção pela ausência de ouro nas novas terras. Martim Afonso de Sousa organizou expedições sem sucesso, enquanto os espanhóis encontraram prata no Peru.
No Brasil, as notícias positivas surgiram apenas com a ocupação do planalto paulista, onde o ouro revelou-se abundante em áreas como a Serra da Cantareira e Santana de Parnaíba.
Desenvolvimento da Atividade Mineradora
A mineração expandiu-se rapidamente no sul do Brasil. O Ribeirão das Lavras, próximo ao atual aeroporto de Guarulhos, abrigou garimpos ativos até o século XIX.
Exploradores seguiram para o Vale do Ribeira e regiões do Paraná e Santa Catarina, guiados pela presença de aldeias indígenas, que frequentemente indicavam depósitos auríferos. Historiadores como Nestor Goulart Reis destacaram que a atividade começou logo após a fundação de São Vicente em 1532.
Figuras e Registros Históricos
Registros jesuítas mencionaram a “itaberaba”, pedra brilhante trazida pelos índios. O corsário Thomas Cavendish recebeu amostras em 1588. Em 1604, o sertanista Clemente Álvares relatou explorações no Jaraguá desde 1592.
Afonso Sardinha, em seu testamento, declarou possuir 800 mil cruzados em ouro. O governador Dom Francisco de Sousa visitou São Paulo atraído por essas riquezas, trocando a capital baiana por uma vila pequena.





