A Mata Atlântica, outrora cobrindo 1,3 milhão de km², hoje conserva apenas 7% de sua área original devido ao desmatamento intenso. Esse bioma abriga frutas nativas ricas em nutrientes, mas muitas estão em risco de extinção por exploração descontrolada.
Especialistas alertam que a falta de valorização dessas frutas, preferindo importadas, acelera sua perda. Consumir e preservar essas espécies ajuda a manter ecossistemas e cadeias alimentares locais.

Cambuci
O cambuci, parente da goiaba, tem formato de vaso e sabor ácido, rico em vitamina C e antioxidantes. Usado em geleias, licores e cachaças, especialmente na Serra do Mar, enfrenta extinção por sementes de curta viabilidade.
Árvores antigas em São Paulo foram cortadas, reduzindo sua presença. Agricultores como Junior Magini veem potencial gastronômico, mas a degradação rápida limita comercialização.
Juçara
Conhecida como “açaí da Mata Atlântica”, a juçara produz frutos roxos similares ao açaí, ricos em ferro e estimulantes. Palmeiras únicas são derrubadas para palmito, colocando a espécie em risco.
Projetos preservam árvores via consumo de frutos em vitaminas e geleias. O agricultor Douglas Bello destaca benefícios nutricionais, mas extração ilegal persiste.
Uvaia
A uvaia, da família das mirtáceas, é ácida e suculenta, ideal para sucos, sorvetes e vinhos. Polinizada por abelhas, estraga rapidamente, complicando transporte.
Na Serra do Mar, combina com cambuci em bebidas como “uísque tropeiro”. Sua perecibilidade e falta de conhecimento limitam cultivo e consumo.
Araçá
Parente da goiaba, o araçá vem em cores variadas (verde, vermelho, roxo) e é agridóce, rico em vitamina C. Árvores até 6 metros fornecem madeira e casca para curtume. Comum em pomares, enfrenta desmatamento.
Usos incluem doces e compotas, mas sementes abundantes dificultam aproveitamento.
Cereja do Rio Grande
Também chamada de “falsa cereja”, tem formato oval e sabor doce intenso, usado em caldas e licores. Árvores de até 10 metros atraem aves e são ornamentais.
Flores brancas servem à indústria de perfumes. Reflorestamentos a utilizam, mas desmatamento ameaça sua sobrevivência.





